Seguidores

sexta-feira, 4 de maio de 2012

DIREITOS AUTORAIS

É profundamente lamentável ter seus textos e fotos serem surrupiados sem maiores cerimônias. O autor dos mesmos passa noites em claro, envolvido em pesquisas e quebrando a cabeça para elaborar Fichas Técnicas e Crônicas sobre Bromélias e Tillandsias em linguagem simples e acessível a qualquer cidadão. O autor tem seus trabalhos publicados na Casa Pró, Paisagismo Digital e no seu próprio Blog. Semanalmente é alertado de que seus trabalhos e fotos estão sendo veiculados sem nenhuma modificação em Blogs de terceiros sem a sua prévia autorização para tal. O pior é que os trabalhos são apresentados omitindo o nome do autor. Para esse seleto grupo de “espertinhos pouco criativos” deixa abaixo a minuta que versa sobre o Direito Autoral: DIREITO AUTORAL Toda as obras desse álbum são de DIREITOS AUTORAIS do artista, CÓPIA, PLÁGIO E USO NÃO AUTORIZADO estará sobre pena da pela Lei n.º 9.610,[1] de 19 de Fevereiro de 1998. A lei brasileira abriga, sob a denominação direitos autorais, os direitos de autor propriamente ditos, bem como os direitos conexos. No caso do Brasil, os sucessores do autor da obra perdem os direitos autorais adquiridos setenta anos após a morte do mesmo, tal como indica o artigo 41 da Lei nº. 9.610,[1] de 19 de fevereiro de 1998.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

BEM-VINDO AO BOIATCHE BROMELIARIO

Nosso trabalho é totalmente voltado ao cultivo e produção de Bromélias. Somos especializados em Tillandsias (Air Plants). No Boiatche Bromeliário desenvolvemos com grande sucesso uma cultura totalmente orgânica para produção de Matrizes de altíssimo nível, para Colecionadores, Paisagistas, Lojistas e composição de Arranjos. Conosco, você encontrará uma grande variedade de exemplares que irá preencher as suas expectativas e que irão além da imaginação de todos aqueles que amam a natureza e as Bromélias. Todos os nossos exemplares atendem as expectativas e padrões de qualidade e originalidade. As Bromélias têm difundindo-se nos jardins de todo mundo. Elas tornam-se cada vez mais populares para os jardineiros e como são muito rústicas necessitam de cuidados mínimos e produzem resultados visuais muito atraentes. As Bromélias fornecem a coleção mais surpreendente de folhagens coloridas e padrões encontrados no reino vegetal. O nosso despertar para as Tillandsias (Air Plants) fez-nos construir um espaço especial só para essa variedade que é muito procurada e colecionada no exterior. São ótimas para Decoração de Natal, Festivais de Vinhos, Exposição de Artes, Exposição de Artesanato, Terrariuns, Paludariuns, Paineis Vivos, etc. Fáceis de cuidar, não necessitam de terra, nem regas constantes. Fornecemos todas instruções necessárias de cultivo. Nos estamos localizados no Lago Sul em Brasília, na área dos Condomínios Horizontais, que é bastante bucólica e onde a natureza é preservada ao máximo.

SOBRE NÓS – Tudo começou quando, logo após nos aposentarmos do serviço público, em 2001, buscávamos uma terapia ocupacional, e assim de um modo quase lúdico, o que era apenas um hobby, se transformou em negócio. Somos um pequeno produtor / importador de plantas exóticas. Designamo-las por exóticas porque trabalhamos com plantas que não se encontram com freqüência nos Garden Centers do nosso país, sendo assim muitas vezes tidas como raras. Não se encontram porque precisam ser explicadas ao consumidor, não basta expô-las, há que se explicar as suas características e como mantê-las. Estamos aqui para isso. Todas nossas plantas levam como anexo, tudo o que são e como devem se tratadas levando-se em conta o clima do nosso país, e o que se pode esperar delas, sim, porque adquirir uma planta é um compromisso que envolve dar e receber, e as plantas têm a fantástica capacidade de nos dar muito... Trabalhamos especialmente com Broméliaceas. Uma família botânica que nos fascina pela diversidade, pela adaptabilidade e pela beleza, claro! Algumas espécies que produzimos (Aechmeas, Billbergias, Quesnélias, Neoregélias, Vriezeas e em especial as componentes da subfamília das Tillandsioideae) podem ser encontradas à venda em muitos locais, mas poucos sabem como tratá-las adequadamente, poucos sabem que elas podem ter vida longa e continuada através dos rebentos que produzem. É nossa intenção disponibilizar aos nossos clientes e amigos todas informações sobre estas magníficas plantas. Encaramos o desafio de montar o presente Blog intitulado Tillandsias Raras, onde implantamos durante o decorrer de um ano, Fichas Técnicas Individuais sobre estas plantas mágicas que não necessitam de substrato para sobreviver. Nossas vendas na Internet têm sido um sucesso, devido a qualidade e o preço de nossas Matrizes, as quais estão aliadas as informações necessárias para que tenham vida longa nas mãos de que as adquiriu. Raramente as encomendas que expedimos contêm apenas os exemplares encomendados, há sempre uma ou outra planta grátis que incluímos como “desafio botânico” para quem encomenda. É a nossa forma de dizer que gostamos da partilha e temos muito para partilhar. Temos um grande compromisso: vender nossas plantas por um preço abaixo do praticado pelo mercado. Sempre primamos pela qualidade e não a quantidade. Nossa fórmula mágica é simples: condicionador de solo (substrato), esterco de gado ou cavalo peneirado e / ou humus de minhoca e água pura à vontade (não se aplica às Tillandsias). É isso mesmo! Eis aí a formulação de nosso cultivo. Não temos porque de esconder debaixo de sete chaves (como o fazem muitos produtores) a nossa formulação de cultura. Mostramos e ensinamos a todos que nos procuram. Não tememos a concorrência, pois esta sempre nos estimulou e nos ajudou a chegamos no patamar em que nos encontramos. Nós temos uma seleção de espécimes raras dedicada ao varejo que definitivamente vale a pena conhecer. Paralelamente criamos o presente Blog e temos desenvolvido textos e Fichas Técnicas Individuais de cada variedade com o objetivo de dar maior conhecimento e suporte para o cultivo dessas plantas cheias de magia e sedução.

Em poucas palavras...

- Cultivamos o que vendemos:
O Boiatche está em constante evolução e aprimoramento. Propagamos e cultivamos mais de 300 espécies diferentes de Broméliaceas e estamos constantemente à procura e adicionando novas variedades. Infelizmente ainda não podemos produzir tudo que gostaríamos. Assim, a fim de oferecermos a melhor seleção possível, nós obtemos certos itens através de importação e da compra de outros negociantes respeitáveis, com sua qualidade idêntica a nossa. Mas de longe, a maioria das plantas que oferecemos são produzidas aqui mesmo.

- O Boiatche sobrevive com a repetição de negócios, ou seja: ordem, seriedade, qualidade e confiança mútua. Temos construído ao longo dos onze anos uma reputação de confiabilidade no ramo de plantas tropicais.

- Seleção de tamanhos: Nos especializamos em vender plantas adultas (Matrizes), que dependendo da época do ano, são enviadas com hastes florais e / ou brotos laterais. Sempre primamos pela qualidade de nossos exemplares e não pela quantidade.

- Dúvidas sobre os exemplares: Há sempre no ar a pergunta que não quer calar... Qual será o tamanho da planta que está sendo oferecida? Geralmente nos Sites é apresentada uma foto da uma planta adulta florescendo. Mas na prática, o que será enviado? Uma pequena muda, um corte de uma touceira ou uma planta madura? Nós não gostamos de mistérios, por esse motivo nos especializamos em Matrizes (plantas adultas). Então nossos clientes sabem que ao escolherem um exemplar, lhes serão enviado uma planta exatamente como a da foto e dependendo da época, com haste floral e / ou brotos laterais.

- Estamos acessíveis: Entre em contato conosco a qualquer hora e iremos responder-lhe quase que de imediato, pois vemos os contatos com seriedade e buscamos responder da melhor forma possível todas perguntas formuladas, por mais absurdas que possam parecer.

- Garantias dos produtos: Despachamos as encomendas de segunda a quarta-feira com o intuito de evitar que as plantas fiquem retidas em Terminais de Cargas nos finais de semanas, o que pode causar stress e desidratação às plantas. Sempre postamos as encomendas via Sedex, pois damos garantias de nossos produtos. Ao enviar as encomendas por PAC, não temos como arcar com a garantia, pois a modalidade PAC é mais econômica (os Correios solicitam um prazo mínimo de oito dias para entrega) e o transporte é feito por via terrestre através de caminhões que vão parando de cidade em cidade até chegar ao destino final. E durante este percurso, as plantas ficam conseqüentemente retidas em Terminais de Cargas nos finais de semanas.

Décimo primeiro aniversário: Completamos neste ano que se inicia o nosso decimo primeiro ano de atividades e temos construído uma clientela que abrange todos os estados da Federação. Temos recebido pedidos de venda para outros países. Nos especializamos em fornecimento para Colecionadores individuais, Paisagistas, Hotéis, Lojistas e o consumidor final. Vendemos no atacado para pequenos Lojistas, mas não fornecemos para Hipermercados. Deixamos essa parte para as “fábricas de plantas”, que são os grandes viveiristas que se preocupam com quantidade. Todas as nossas ações são carinhosamente focadas nas necessidades individuais dos nossos variados clientes.

- Sobrevivemos com clientes da repetição: Dificilmente se sobrevive hoje durante onze anos através de negócios virtuais. Para se chegar a esse tempo o atendimento sério, eficiente, produtos de qualidade e preços competitivos são uma prioridade. Temos a grata satisfação de afirmar que os nossos atendimentos têm cem por cento de satisfação de nossos amigos clientes e manter esse padrão de qualidade e eficiência sempre será o nosso objetivo.
Para efetuar suas compras com maior comodidade poderá fazê-lo através da nossa nova loja virtual, usando o link:

http://BROMELIASBOIATCHE.loja2.com.br

Para ter acesso ao nosso Catálogo de Bromélias, use o link abaixo:

http://BROMELIASBOIATCHE.loja2.com.br

Dúvidas ou qualquer outro tipo de esclarecimento, entre em contato através do e-mail: romulocbraga@uol.com.br.

A completa satisfação de nossos amigos clientes é a nossa garantia de bons serviços prestados!

BROMÉLIAS MÁGICAS E EXÓTICAS

Por: Rômulo Cavalcanti Braga
Há no universo das Bromeliáceas, cerca de três mil espécies registradas – Bromélias SP (e muito mais a serem descobertas, principalmente aqui no Brasil. Infelizmente na atualidade carecemos de bons taxonomistas e / ou de pessoas com espírito aventureiro e desbravador que se dediquem com afinco a tal propósito). Está é sem sombra de duvidas uma das mais coloridas de todas famílias vegetais em termos tanto de folhagens e variedades de flores. As Bromélias possuem uma variedade incrível de cores, algumas são quase fluorescentes, e muitas são únicas no reino vegetal. A maioria das Bromélias são constituídas por uma roseta de folhas e um sistema de raízes fortes no final de uma haste aparentemente ausente ou muito curta, embora existam exceções. Elas variam em tamanho, algumas podem atingir mais de cinco metros de altura – quando se inclui a haste floral, para algo realmente diminuto (menos de dois centímetros de altura), e têm folhas que podem ser largas, brilhantes e fortemente municiadas com espinhos cortantes nas bordas, ou finas, delicadas, ásperas ou quase transparentes. A maioria das Bromélias encontradas na natureza são epífitas e vivem em ambientes úmidos (noventa e cinco por cento são encontradas na América Central e América do Sul). Algumas das espécimes epífitas crescem em rochas e fendas e não são epífitas verdadeiras, embora se comportem como tal, sem tomar alimento de qualquer tipo do solo. Há também aquelas adaptadas a aridez dos desertos, com o sol escaldante e tempestades de areia. Todas têm em comum o sistema radicular e podem ser plantadas no jardim como se faria com a maioria das outras plantas. Mas as epífitas verdadeiras – Tillandsias – são muitas vezes mais fascinantes, parecendo viver fora do ar e nada mais que isso. Por esse motivo são chamadas de plantas do ar (Air Plants). A maioria dessas plantas ainda têm raízes, mas estas têm por função única de mantê-las fixadas em algo. A maioria das Bromélias se adaptam melhor em jardins a meia-sombra e sombra (comumente são cultivadas embaixo de árvores frondosas), protegidas do sol quente e árido. Pouquíssimas Bromélias podem tolerar geadas. Por esse motivo nos Estados Unidos e na Europa são cultivadas em estufas e nos jardins nas zonas quentes temperadas ou tropicais. Elas são as melhores plantas que se adaptam ao interior de residências e podem ser felizes em vasos e / ou arranjos no parapeito de uma janela para a vida inteira. Como se pode notar há um universo muito grande no reino das Bromélias. Para dar conhecimento melhor os gêneros, citarei aqui alguns catalogados mais conhecidos, estudados pelos pesquisadores e divididos em subfamílias:

Subfamília Pitcairnioideae:
- Acanthostachys Strobilacea
- Brocchinia
- Connelia
- Dychia
- Encholirium
- Hechtia
- Navia
- Pitcairnia
- Puya
Subfamilia Bromelioideae:
- Aechmea
- Ananas
- Araeococcus
- Billbergia
- Bromelia
- Canistrum
- Cryptanthus
- Fernseea
- Greigia
- Hohenbergia
- Neoregélia
- Neoglaziovia
- Nidularium
- Pseudonanas
- Quesnélia
- Streptocalyx
- Wittrockia
Subfamilia Tillandsioideae:
- Alcantarea
- Catopsis
- Guzmania
- Tillandsia
- Vriesia

Descreverei agora os gêneros mais comuns utilizados no Paisagismo e comercializados nos viveiros, floriculturas e Garden Centers.

Acanthostachys Strobilacea – Acanthostachys (do grego “acanthos” = espinhoso + “stachys” = espiga), São plantas endêmicas do Brasil, Paraguai e Argentina. As Acanthostachys, ao contrário da maioria das outras Bromélias, são epífitas e / ou saxícola. Possuem longas folhas pendentes, suculentas, longas e finas como chicote na cor verde escuro com tricomas cinzas. São comuns em regiões de grandes altitudes. A maioria apresenta folhas com bordas serrilhadas munidas de espinhos muito fortes. Possui inflorescência de cana com hastes de flores amarelas e gotejamento de frutos em forma de cone amarelo e vermelho com néctar com cheiro e gosto de frutas, o que atrai o seu principal polinizador – o Beija-Flor. Suas sementes são disseminadas por aves frutívoras.

Aechmea – O nome Aechmea vem do grego – Aichmé – que significa ponta de lança. Este é um gênero muito grande de plantas (cerca de cento e setenta espécies) e inclui alguns exemplares muito comuns disponíveis na maioria dos Garden Centers de todo mundo. Este é um grupo de Bromélias com presença geralmente grandes, com flores espetaculares. Estas são plantas excelentes para uso interno periódico, como suas flores tendem a durar por um tempo relativamente longo. A maioria são um pouco epífitas e tropicais; algumas formas terrestres são muito populares, incluindo algumas que se ajustam muito bem a solos áridos e exposição ao sol pleno. Em geral, as Aechmeas têm rosetas fortes e amplas com retenção de água. folhas relativamente largas, com pontas redondas e em alguns casos as bordas são munidas de pequenos espinhos. Suas rosetas se formam na posição horizontal. Em geral, são plantas bastante fáceis de se manter, mas muito propensas a apodrecer se os seus substratos forem mantidos encharcados. As mais conhecidas são: Aechmea Fasciata e a Aechmea Chantinii.

Alcantarea – A esta majestosa Bromélia foi dado este nome em homenagem a Dom Pedro de Alcântara (1840 / 1889), segundo Imperador do Brasil. O gênero é endêmico do Brasil. Apesar de não ser uma família muito grande, são apenas quinze variedades, nela se inclui uma das mais espetaculares de todas as Bromélias, a Alcantarea Imperialis. Todas são enormes, com cores surpreendentes e hastes florais monstruosas, com grandes quantidades de flores, que são um show a parte, e atraem muitos beija-flores e abelhas.

Ananas – Qualquer pessoa que tenha comido um Abacaxi é pelo menos um pouco familiarizado com este gênero de Bromélias. A maioria destes são plantas terrestres que têm o abacaxi como inflorescência. Estas plantas têm folhas longas, fortemente armadas de espinhos e brotos laterais profusamente.

Araeococcus – O nome do gênero vem do grego Araios = magro, fraco, leve. E os cocus da América = bagas. Exemplar epífito como a Tillandsia, são comumente encontrados em galhos de árvores isoladas. Este gênero é dividido em dois subgêneros: o subgênero Tipo e o Pseudaraeococcus. O Araeococcus possui uma boa resistência à seca e pode ser cultivado ao ar livre. A exemplo das Tillandsias, os Araeococcus também independem de substrato, pois retiram água e nutrientes diretamente da atmosfera. Podem ser fixados em qualquer substrato estéril, tais como telas plásticas, fios encapados e até elementos minerais. Grande parte dos Araeococcus são endêmicos do Brasil, salvo duas variedades que são encontrados em outros países da América do Sul. Os Araeococcus Parviflorus e Lymania Smithii, são duas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção na Floresta Atlântica Nordestina. Eles ocorrem no sub-bosque, apresentam floração sincrônica em plena estação seca e utilizam a mesma guilda de polinizadores, ou seja de abelhas solitárias e oligoléticas, estas por sua vez estão cada vez mais escassas.

Billbergia – Este gênero foi nomeado em homenagem ao botânico, zoólogo e anatomista sueco Gustaf Johan Billberg. Este é um outro o gênero muito grande (cerca de sessenta espécies). Estas são mais terrestres que as Aechmeas e um pouco mais difíceis de morrer por excesso de água. De uma forma geral, são plantas que crescem verticalmente com folhas eretas, dando-lhes um formato cilíndrico ou de taça. Tem presença de eixo central, sobreposição das folhas ao longo do mesmo. O arqueamento das hastes florais são pendulares e são frequentemente coloridos, mas não tendem a durar muito tempo. As inflorescências começam a surgir de setembro a novembro. A maioria são incrivelmente resistentes e algumas variedades possuem folhas coloridas e salpicadas de pigmentos. Crescem na natureza em grandes agrupamentos e é muito resistente a baixas temperaturas. Algumas belas: Billbergia Hallelujah (sol pleno), Billbergia El Zorro.

Brocchinia – O gênero foi nomeado em homenagem ao naturalista italiano Giovanni Battista Brocchi (1772 / 1826). São plantas nativas da Venezuela, Brasil, Colômbia e Guiana. Habitam regiões areníticas. Pelo menos uma espécie dentro desta subfamília é considerada uma planta carnívora (Brocchinia Reducta).

Bromélia – Embora este é um gênero bastante grande (cerca de cinquenta espécies), alguns são comumente encontrados em cultivo. São plantas formidáveis, pesadamente municiadas de espinhos afiados e cortantes, o que pode ocasionar ferimentos graves ao serem manipuladas. As poucas que conheço, são plantas terrestres e relativamente resistentes a seca e ao frio. Suas flores não são muito atraentes, mas as folhas podem ser extremamente brilhantes em algumas espécies, como por exemplo o Caroá (muito comum na Caatinga), a Antiacantha e a Bromélia Balansae.

Cryptanthus – Este é um outro gênero com cerca de cinquenta espécies, mas, novamente, a maioria são praticamente desconhecidas. Todos são endêmicos do Brasil. Os Cryptanthus são comumente conhecidos também com estrela da terra. Estes são pequenos, com rosetas achatadas, folhas afiladas e como o próprio apelido diz, em formato estrelar. Eles são pequenos, orientados horizontalmente, podem ser encontrados na cor púrpura, listados de zebra. Essas plantas se desenvolvem formando touceiras muito decorativas. Na natureza crescem no solo das florestas com alta umidade, pouca iluminação e altas temperaturas. Cultivados em vasos são muito decorativos.

Deuterocohnia – Este nome foi dado por Ferdinand Julius Cohn, botânico e bacteriologista alemão. Este gênero é endêmico da América do Sul. Estas são incomuns, relativamente pequenas, mas formadoras de vistosas colônias que se destacam em áreas áridas de climas quentes. Muitas pessoas podem pensar nelas como suculentas por causa de sua natureza xerófila. Mas na realidade são Bromélias. Elas podem ser cultivadas em vasos, canteiros ou bordaduras no paisagismo, pois são altamente ornamentais.

Dyckias – O gênero foi nomeado em homenagem ao Príncipe Joseph Salm-Reifferscheid-Dyck (1773 / 1861), botânico e horticultor Germano – prussiano. Trata-se de um maravilhoso grupo de plantas terrestres com cerca de cento e vinte espécies originárias da América do Sul, encontradas principalmente na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil. Na natureza habitam regiões desérticas. Em sua grande maioria são brasileiras e muitas delas ainda estão por ser vistas pela primeira vez. São encontradas na região central do Brasil entre rochas e Caatingas. Possuem folhas bastante duras e brilhantes com bordas municiadas de grandes e afiados espinhos.

Encholiorium – Do grego Enchos = Lança e Leiron = Lírio. Pelo seu aspecto geralmente é confundido como gênero Dyckia. Trata-se de um gênero endêmico do Brasil, onde se desenvolve em terrenos áridos e rochosos. Algumas espécies são pouco numerosas e as plantas desse gênero são polinizadas por morcegos.

Fernseea – O gênero foi nomeado em homenagem ao medico e botânico alemão Heinrich Ritter Wawra Von Fernsee (1831 / 1887). Estas plantas são endêmicas do Brasil e somente duas espécies são conhecidas:
• Fernseea Bocainensis Pereira & Coutinho
• Fernseea Itatiaiae (Wawra) Baker

Greigia – O gênero foi nomeado em homenagem ao botânico russo Samuel Alexeivich Greig (1827 / 1887). O grupo é composto por trinta espécies. Sua ocorrência se dá do México ao Chile. As Greigias são perenes, não morrem após a floração como as demais Bromélias. São plantas que continuam florescendo a cada ano a partir da mesma roseta basal.

Guzmania – O gênero foi nomeado em honra a Anastasio Guzman, farmacêutico e naturalista espanhol. Todas são nativas do sudoeste da América do Sul. De todas, estas podem ser a mais reconhecível para as pessoas inexperientes com Bromélias, tendo em vista que são produzidas em alta escala para consumo como plantas de residência em todo mundo. Este é um grande gênero com mais de cento e cinquenta espécies embora apenas algumas são comuns em cultivo. Na verdade quase todos cultivares são híbridos. São plantas muito comerciais de custo barato e alta rotatividade de consumo. Possuem folhas verdes, com as espetaculares inflorescências vermelhas, amarelas, laranjas, rosas, roxas que dão a impressão de durarem para sempre.

Hechtia – Este grupo é composto por aproximadamente cinquenta espécies. Este gênero foi nomeado em homenagem ao alemão Julius Gottfried Conrad Hecht (1771 / 1837), conselheiro do Rei da Prússia. As espécies deste gênero são encontradas no sul dos Estados Unidos, México, Guatemala e Honduras. Possuem uma roseta basal de suculentas, curvas, e são municiadas com espinhos nas bordas das folhas. Estas folhas têm frequentemente uma coloração avermelhada. Na natureza crescem em conjunto e formam touceiras intransponíveis.

Horenbergia – O gênero foi nomeado em homenagem a Hohenberg, Príncipe de Wurttemberg e patrono da botânica na Alemanha. O grupo é composto por cinquenta espécies. São plantas encontradas no Brasil, Venezuela e Pequenas Antilhas. Aos olhos do missivista, a mais bela e decorativa é a Hohenbergia Castellanosii (meu sonho de consumo). Excelente para paisagismo, suas grandes folhas largas de verde limão, são acentuadas pela pintura vermelha que cobre o último trimestre de todas as pontas das folhas, alcançando oitenta e dois por oitenta e dois centímetros que segue a tradição de sua paisagem nas restingas da costa da Bahia.

Neoregélia – Existem provavelmente cerca de cem espécies deste gênero, muitas são vistas em cultivo, graças a popularidade de sua variedade foliar. Possuem rosetas achatadas, folhas rígidas com um forte colorido central, cálice de recepção de agua bastante generoso, com ampla retenção de água. Estas plantas são muito rústicas e resistentes, por esse motivo são muito utilizadas para comporem arranjos em troncos secos. Podem ser cultivadas tanto com epífitas ou terrestres. Elas estão entre as mais espetacularmente coloridas no reino vegetal inteiro. As flores desta espécie são muito pequenas e, muitas vezes possuem uma cor de lavanda marcante, que mal se espreita para fora além do copo central no centro da roseta que fica permanentemente cheio de água. Cores predominantes: vermelho, rosa, tricolor, roxa, pigmentos salpicados e até negra (hibrida). Na natureza são epífitas podendo ser também rupícolas, desenvolvendo-se em meio a muita luz difusa.

Nidularim – Esta é uma família relativamente pequena, são menos de cinquenta espécies do gênero. A grande maioria é inédita no cultivo, mas aquelas que são utilizadas se parecem muito com as Neoregélias. Supostamente são relativamente resistentes ao frio e crescem em situações de baixa luminosidade.

Orthophytum – Até o momento foram registras dezessete espécies de Orthophytum, todas brasileiras. Elas se distribuem a partir do nordeste brasileiro, nos estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia, estendendo-se pelo Distrito Federal, Minas Gerais até o Espírito Santo. O maior centro de diversidade para Orthophytum ocorre nos estados de Minas Gerais e Bahia. O gênero caracteriza-se por apresentar espécies terrestres ou saxícolas, habitando geralmente solos pedregosos e expostos a alta luminosidade. Possui folhas verdes ou algumas vezes, as mais internas apresentam a parte central da roseta vermelha; superfície foliar revestida de escamas absorventes adpressas, alvas; folhas atenuadas e densamente serreada. Inflorescência séssil ou prov[ida de escapo, brácteas da haste floral foliáceas, porém gradativamente menores em direção ao ápice; hastes florais geralmente serreadas e pungentes. O gênero forma dois grupos distintos, um deles com inflorescência séssil e geralmente com a parte central da roseta vermelha. Nesse grupo pode-se citar as espécies Navióides, endêmica da Bahia e Amoenun, espécie restrita para a Serra do Sincorá e mais recentemente encontrada em Lençois, também na Bahia. O segundo grupo apresenta inflorescência provida de escapo e reúne maior numero de epecies. Pertence a este grupo o Mel / O-barretoi anteriormente restrita apenas a Serra do Cipó. Mais recentemente foi encontrada em Grão Mogol, Rio Vermelho e Cristália, em Minas Gerais. É uma espécie bastante variável, apresentando tamanhos. De uma maneira geral este grupo lembra um pouco os ouriços do mar, embora algumas pareçam-se com Dyckias e algumas com Cryptanthus. São ótimas para comporem jardins áridos e fazem boas amostras envasadas.

Pitcairnia – O gênero foi nomeado em homenagem ao medico e jardineiro inglês Willian Pitcairn (1711 / 1791). O gênero possui aproximadamente trezentas espécies e é o segundo mais prolifico da família Bromeliaceae depois da Tillandsia. São muito abundantes na Colômbia, Peru e Brasil. Quase todas as espécies de Pitcairnias são terrestres ou colonizadoras de rochas (rupícolas), preferindo áreas sombreadas e úmidas. Entretanto algumas variedades são epífitas.

Puya – Este grupo incrível de plantas terrestres apresenta aproximadamente duzentas espécies. São nativas das montanhas dos Andes da América do Sul e do sul da América Central. Muitas espécies são monocárpicas, ou seja, morrem após a floração e produção de sementes, mas não antes de deixarem vários brotos laterais que surgem das axilas da planta mãe, que irão substituí-las. A Puya Raimond é notável por ser a espécie de maior altura conhecida, podendo alcançar até três metros de altura em crescimento vegetativo e a sua haste floral de nove a dez metros. Outras espécies tambémsão altas, com a haste floral podendo alcançar na maioria das vezes entre um a quatro metros de altura. O nome Puya é originário do idioma Mapuche (Chile) que significa “cabo”. Algumas espécies de Puya no Chile, conhecidas localmente com o nome de Chagual, são usadas para fazer saladas a partir da base de suas folhas novas. Uma espécie muito comum é a Puya Chilensis.

Streptocalyx – (Cálice Trançado) o grupo é composto de dezessete espécies até agora identificadas. O grupo se difere das Bromélias por ter sépalas largas e fortemente imbricadas e longo tubo da corola. Normalmente epífitas, crescem no alto das árvores em áreas quentes e úmidas das matas. Seu porte é de médio para grande. São estreitamente relacionadas como gênero Aechmea. Uma espécie excepcional é a Streptocalyx Floribundis, a gigante do gênero com folhas de dois metros e setenta de comprimento e uma inflorescência contendo infinidade de flores com dois metros e setenta de altura. Elas exigem condições quentes e úmidas, que só podem ser alcançadas em uma estufa.

Tillandsia – Também conhecida como planta de ar, este é um gênero enorme com mais de setecentas espécies. Quase todas em sua maioria são plantas de ar ou atmosféricas, embora algumas podem ser cultivadas em solo. Suas folhas são geralmente delgadas, de pequenas proporções em disposição de escamas ou distribuídas ao redor de um eixo. Pode apresentar tonalidades de verde acinzentadas com florações espetaculares de tons nas cores: rosa, purpura, vermelha, amarela, branco, roxa. Possuem raízes muito fortes em relação à fixação num dado suporte, estas não são desenvolvidas para captação de nutrientes, uma vez que são atmosféricas. Algumas variedades podem ainda apresentar folhas largas e macias com pronunciada inflorescência central. São plantas mágicas. Dentre elas há um grupo seleto que possuem um suave aroma de lavanda ou baunilha. Algumas se destacam com suas formas bizarras, como a Xerográphica (CITES), Harissii (CITES), Caput Medusae, Streptophylla, Duratii, esta ultima pode atingir até cinco metros de comprimento com formas tortuosas, e inflorescências de pronunciado odor de baunilha é uma característica marcante. Suas mudas aparecem nas pontas das folhas mais velhas. Na natureza são encontradas como epífitas e rupícolas – presas às rochas e galhos de arvores e até fios de telefones. Sobrevivem com pouquíssima água. Suas sementes são plumosas e são largamente disseminadas pelo vento.

Vriesea – O último gênero a ser abordado neste breve artigo é uma das mais espetacularmente decoradas de todas as Bromélias. Possuem rosetas amplas, folhas predominantemente verdes, com ocorrência de pigmentações. Florações prolongadas e muito pronunciadas. Há a presença do cálice central com retenção de água. Seu porte pode variar de trinta centímetros a um metro. Em algumas a inflorescência se apresenta como lanças com as flores vermelhas brilhantes, o que só acrescentam à sua aparência incrível (a chamada Espada de Fogo - Vriesea Splendens). A inflorescência podem durar às vezes por até três semanas ou mais. Estas são orientadas horizontalmente. A maioria é proveniente de regiões tropicais da América do Sul. Na natureza recebem iluminação indireta, com altas temperaturas e se apresentam como epífitas ou rupícolas.

Lamentavelmente, no Brasil carecemos de material de apoio para o cultivo e maior conhecimento sobre as Bromélias. Nos Estados Unidos, na Europa, e Oriente, é fácil encontrar fertilizantes com NPK especifico para Bromélias (principalmente Tillandsias), adesivos especiais para montagem de arranjos com Tillandsias, farta literatura técnica e tudo mais. No Brasil o que temos são alguns poucos livros (com textos muito bem elaborados) de autoria do Desembargador Elton Leme, que em suas horas de lazer se aventura pelas entranhas da Mata Atlântica e faz descobertas de novos exemplares. Há também o livro intitulado Beleza Exótica das Orquídeas & Bromélias do Roberto A. Kautsky (falecido), que muito fez pela preservação das espécies no Espírito Santo. Posso citar também o trabalho secular desenvolvido pela família Seidel e o de Dom Raulino Reitz (falecido em 1990), ambos em Santa Catarina e há também outros tantos abnegados que isoladamente vêm contribuindo pela preservação e descoberta de novas espécies.

terça-feira, 3 de abril de 2012

TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 15

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Thiekenii – Nativa do Brasil. Ela é uma das muitas espécimes raras brasileiras e sua ocorrência se dá em um único local, o Morro do Coco no Rio de Janeiro onde vegeta como saxícola. Encontra-se listada no Apêndice II da CITES (espécie em extinção em seu habitat nativo).

TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 14

Por: Rômulo Cavalcanti Braga


Tillandsia Sucrei – Sua ocorrência se dá no Morro do Pavão, em Copacabana no estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um exemplar de pequeno porte, bastante raro, que ocorre nos morros rochosos da cidade. Sua reprodução é lenta, prestando-se apenas para coleções científicas. Produz uma inflorescência espetacular vermelha com flores lavanda. Encontra-se listada no Apêndice II da CITES (espécie em extinção em seu habitat nativo).

TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 13

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Sprengeliana – Sua ocorrência se dá nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, onde vegeta como epífita nas florestas costeiras. São muitas vezes vistas crescendo em ângulos e que consistem de uma roseta de vinte a cinqüenta folhas. Estas são de cor verde cinza, eretas e bem embaladas, possuem escamas peltadas em grande quantidade o que lhes dá uma aparência peluda. A inflorescência de cor vermelha, atinge quase o dobro da planta. Trata-se de uma planta de pequeno porte bastante encantadora, embora de cultivo difícil. Na região de Cabo Frio / RJ, está se tornando rara pela destruição do seu habitat. Encontra-se listada no Apêndice II da CITES (espécie em extinção em seu habitat nativo).


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 12

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Roseiflora – É endêmica da Floresta Pluvial Atlântica alto montanha do estado do Rio de Janeiro, ocorrendo também no Pico do Frade no município de Nova Friburgo. Trata-se de um magnífico exemplar que possui folhas verdes suavemente cobertas de tricomas que lhe dá um tom acinzentado em forma de roseta. Ela possui bráctea rosa escuro e flores fúcsia. Sem duvida um exemplar muito decorativo que chama a atenção até mesmo dos menos atentos.

TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 11

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Reclinata – É encontrada em Petrópolis / RJ, no vale das Videiras e no Morro do Cuca. A Tillandsia Reclinata apresenta uma forma muito peculiar, com as folhas voltadas para baixo, de coloração argêntea, sendo de habito rupícola. Suas folhas formam um pequeno bulbo, e a sua inflorescência é simples de cor vermelha. Sua ocorrência se dá apenas nestes dois locais e estão a mil e seiscentos metros acima no nível do mar. Sua área de ocupação estimada é menor que dez quilômetros quadrados, e estimativas indicam que estão severamente fragmentadas ou em conhecido declínio continuo observado, em área de extensão e / ou qualidade do habitat, em numero de localidades ou subpopulações e em número de indivíduos maduros. O tamanho da população atual é estimado em menos de duzentos e cinqüenta indivíduos maduros com um declínio continuo, observado ou projetado de que pelo menos noventa por cento dos indivíduos maduros estão em uma única subpopulação.


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 10

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Paraensis – É endêmica do Brasil, Bolívia e Venezuela. no Brasil é encontrada em Ji-Paraná, cerca de dez quilômetros acima do rio Machado, em Porto Velho na Ilha Pequena e na Cachoeira de Jirau, no estado de Rondônia. Trata-se de uma planta muito semelhante a Butzii e a Bulbosa, mas é mais graciosa e possui finas listas horizontais e sua inflorescência é de cor vermelha. Lamentavelmente, como já era de se esperar, não se consegue maiores informações sobre plantas nacionais, salvo a sua localização.


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 09

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Organensis – É encontrada nas montanhas da Serra dos Órgãos no estado do Rio de Janeiro, onde vegeta como saxícola a uma altitude entre mil e setecentos e dois mil e cem metros. Trata-se de um exemplar pequeno com folhas verdes acinzentadas, carregadas de tricomas e inflorescência vermelha quase do mesmo tamanho da planta.

TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 08

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Kautskyi – Endêmica do estado do Espírito Santo. Lamentavelmente se encontra inscrita no Apêndice II da CITES, por se encontrar em risco de extinção. Trata-se de uma epífita esplêndida de figura fascinante que é inflada como uma base de gota de água e coberta de grande estoque de tricomas que lhe dão uma aparência prateada, com oito centímetros de altura, folhas eretas dispostas em direção ao ápice. Do âmago de sua inflorescência de cinco centímetros, surgem pequenas flores rosas brilhantes de imaginação muito grande. Como pode-se notar trata-se de um exemplar de pequeno porte, mas muito decorativa, que lembra superficialmente a Tillandsia Sprengeliana, da qual difere por de detalhes técnicos, como escamas não pruinosas e inflorescência composta. Esta pequena notável é muito cobiçada pelos colecionadores internacionais que estão havidos em busca desse pequeno tesouro.



TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 07

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Heubergeri – Seu habitat natural está localizado no estado da Bahia, na Chapada Diamantina onde vegeta como epífita a uma altitude de mil metros. A planta pertence ao grupo de Tillandsias de flor vermelha brasileira. Ela foi descrita em 1996 por R. Ehlers e publicado na edição de Bromeliad Especial 3: 35 / 38. É uma pequena e bela florescente Tillandsia, ela é particularmente elegante e os poucos Colecionadores que as possuem são afortunados.


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 06

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Grazielae – Tillandsia Grazielae é uma das espécimes raras endêmicas do Brasil. Desenvolve-se unicamente na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Graziela Maciel Barroso, em Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. É um grande exemplo da diversidade biológica das Américas, seu habitat é quase exclusivo, quanto pela raridade e beleza da planta, ou pelas características botânicas únicas. Chamada de ‘jóia botânica’ pelo engenheiro agrônomo Orlando Graeff, ex-presidente e membro do Conselho da SBBr (Sociedade Brasileira de Bromélias), organização não-governamental com sede no Rio de Janeiro. A espécie sobrevive na natureza apenas num paredão de rocha situado na Serra dos Órgãos, no município de Petrópolis / RJ. Para protegê-la, foi criada uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). Poucos são os felizes colecionadores que as possuem em seus acervos.


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 05

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Globosa – Tillandsia Globosa é nativa da Venezuela e Brasil. Seu habitat no Brasil são as florestas da Mata atlântica. Sua ocorrência se dá da Paraiba até São Paulo. Trata-se de uma planta de pequeno porte, mas bastante decorativa, com suas folhas finas e inflorescência vistosa. Ela cresce até doze centímetros, como epífita em locais sombreados, formando bonitos feixes com suas folhas de calúnia. Suas bracteas florais têm tonalidades vivas de vermelho criando um contraste agradável.


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 04

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Geminiflora – Ocorre nos estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Trata-se de um exemplar epífito, que tem como habitat a Mata Atlântida, florestas úmidas e matas de galerias. Ela possui um pequeno tanque e folhas maleáveis com nove a doze centímetros de comprimento, na cor verde prateada brilhantes, com escamas peltadas. Suas brácteas florais são triangulares, acuminadas e encurvadas. Muito semelhante a Tillandsia Gardneri. Sua inflorescência é vermelha, e é grande em relação à planta. Prefere luz brilhante, sem a incidência do sol direto. É muito resistente e de fácil cultivo. Possui cinco variedades de cultivares com o colorido de flores diferentes para cada variedade.



TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 03

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Gardneri – Nativa do Brasil e Venezuela. A Gardneri é um exemplar epífita e / ou rupícola. Suas folhas são macias e lineares, muitas cinza esverdeado, com roseta triangular, escamas peltadas. As flores são geralmente em forma de funil, com três sépalas e pétalas, com propagação de lobos terminal e emergem do centro de brácteas vermelhas vistosas. Esta planta curiosa pode ser cultivada tanto no exterior com interior de residências. Para crescer ela necessita de um local bem ventilado onde não haja luz direta ou plena e proteção contra o sol quente. A partir de meados da primavera ao outono começa a sua floração.


TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 02

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Chapeuensis – Tem seu domínios fitogeográficos na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Em cada tipo de bioma onde ela se apresenta há um tipo de ambientação, hora como epífita e / ou saxícola. No nordeste ela pode ser encontrada nos estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia e Alagoas, no sudeste em Minas Gerais, no sul no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Bahia ela é encontrada no Morro do Chapéu como saxícola em arenito. É uma planta graciosa, de folhas cinza prateada macia, e cresce com o tamanho de uma bola de basquete. Também é um exemplar raro. Ela é muito semelhante a Tillandsia Gardneri que a lembra muito. Sua inflorescência tem uma tonalidade de vermelho púrpura muito bonita. É sem dúvida uma planta espetacular que merece um local de destaque em cada coleção.

TILLANDSIAS DE FLORAÇÕES VERMELHAS DO BRASIL - 01

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Brachyphylla – A Tillandsia Brachyphylla é uma planta típica das escarpas rochosas do estado do Rio de Janeiro. Ela também já foi encontrada na Serra dos Órgãos. Trata-se de um exemplar típico de Colecionadores, sendo de pequeno porte e de lenta reprodução. É sem sombra de dúvidas um exemplar vistoso e belo com inflorescência vermelha rosada. Está classificada pela Biodiversitas, como Criticamente em Perigo sob a justificativa de que a área de ocupação estimada em menos de dez quilômetros quadrados, indicam estar severamente fragmentada ou conhecido em uma localidade com declínio contínuo observado inferido ou projetado em área, extensão e / ou qualidade do habitat e em número de localidades ou sub populações.


sábado, 31 de março de 2012

BRASÍLIA E O CERRADO QUE A ACOLHE

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

O Cerrado é um dos caldeirões ardentes para a conservação da biodiversidade do planeta. Logo no início da criação de Brasília, nos idos de 1957, havia uma grande preocupação de como se domaria a grande concentração de alumínio na terra vermelha, que a torna acida e imprópria às culturas. Juscelino Kubitschek de Oliveira, Presidente da República na época e criador de Brasília, resolveu recorrer a colônia japonesa em São Paulo e trouxe várias famílias pioneiras para serem assentadas no projeto que ele chamou na época de Cinturão Verde de Brasília. Esses desbravadores nipônicos foram assentados na Vargem Bonita, Núcleo Bandeirante, Estrada Parque Taguatinga, Brazlândia e outras localidades estratégicas em volta da cidade que nascia. Tinham como missão a produção de hortifluti granjeiros para abastecer a cidade e assim foi feito. Posteriormente mais da metade da vegetação original de Cerrados foram se transformando em pastagens plantadas. Historicamente a região é tomada pelas queimadas (espontâneas e / ou provocadas pelo homem) na época da seca, que vai de junho a setembro. Nos anos oitenta começaram a chegar na região os migrantes da região sul, que começaram a rasgar as entranhas das terras vermelhas com o arado para dar lugar as vastas plantações de soja e outras culturas anuais. O Cerrado possui a mais rica flora dentre as savanas do mundo. Algo em torno de sete mil espécies, com alto nível de endemismo. A riqueza de espécies de aves, peixes, répteis, anfíbios e insetos é igualmente grande, muito embora a riqueza de mamíferos seja relativamente tímida. As taxas de desmatamento no Cerrado que existe em torno de Brasília é muito alta e apenas algumas pequenas áreas se encontram legalmente protegidas seja pela iniciativa privada e / ou governamental. Diversas espécies animais e vegetais estão ameaçadas de extinção e presume-se que vinte por cento das espécies ameaçadas ou endêmicas não ocorram nas áreas legalmente protegidas. As principais ameaças à biodiversidade do Cerrado são as queimadas, erosões dos solos, a degradação dos diversos tipos de vegetação presentes no bioma e a invasão biológica causada por gramíneas de origem africana. O uso do fogo para abertura de áreas virgens e também utilizado na intenção de estimular o rebrotamento das pastagens nativas também é prejudicial, muito embora o Cerrado seja um ecossistema adaptado ao fogo. Muitas espécimes vegetais, demoram muito a se recuperarem. Destacamos aqui a família das Bromeliaceas. Temos entre os vários exemplares de Bromélias do Cerrado uma bem diferente de todas outras conhecidas. Essa variedade é azul com bolinhas roxas a noite, mudando de cor pela manhã, fica rosa com amarelo, de tarde laranja com vermelho e a noite volta a ser roxa com azul. As outras variedades existentes no Cerrado do entorno de Brasília são:
- Aechmea Bromeliifolia (Rudge) Baker
- Aechmea Bromeliifolia var. Albobracteata Philcox
- Aechmea Baker var. Bromeliifolia (Rudger)
- Ananas Ananassoides (Baker) L. B. Sm.
- Billbergia Porteana Brong. ex Beer
- Bromélia Balansae Mez
- Bromélia Interior L.B.Sm.
- Dyckia Brasiliana L.B.Sm.
- Dyckia Machrisiana L.B.Sm.
- Encholirium Luxor L.B.Sm. & R.W.Read
- Pitcairnia Ulei L.B.Sm.
- Pseudananas (Hassl.)
- Pseudananas Sagenarius (Arruda) Camargo
- Tillandsia Geminiflora Brongn.
- Tillandsia Geminiflora Brongn. Var. Geminiflora
- Tillandsia Loliacea Mart. ex Schult. & Schult. f.
- Tillandsia Pohliana Mez
- Tillandsia Stricta Sol.
- Tillandsia Stricta Sol. var. Stricta
- Tillandsia Tenuifolia L.

sexta-feira, 30 de março de 2012

O ENCANTAMENTO DAS NINFAS

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Brotando em rochas áridas, ou desfrutando de sombra e água fresca em endereços requintados em condomínios de luxo, a Bromélia é uma heroína vegetal. Cheia de fibra, capaz de sobreviver à falta d’água e de economizar alimento, a família das Bromeliáceas, oferece uma engenhosa gama de respostas evolutivas e adaptativas ao meio ambiente. Basta uma brusca mudança do ambiente para que o mecanismo de auto preservação da planta provoque a floração precoce em um exemplar semi adulto. A planta sente-se ameaçada e o seu instinto de preservação desencadeia a floração com a finalidade de gerar sementes e brotos laterais, assegurando assim a sobrevivência da espécie totalmente adaptada ao novo ambiente. Num mundo onde as selvas tropicais e subtropicais há um abarrotamento de plantas competindo entre si, agressivamente centímetro a centímetro por água, luz e nutrientes. Toda planta que pode sobreviver em locais onde nenhuma outra cresce, tem uma grande vantagem. Sobrevivendo em locais inóspitos, uma planta elimina o problema de vizinhos agressivos e competitivos. Destas plantas que criam um meio de sobrevivência, onde nenhuma outra consegue, as Bromélias estão entre as mais avançadas. Na verdade, as Tillandsias (pertencentes a subfamília das Bromeliáceas) são freqüentemente chamadas de “plantas do ar” por causa de sua capacidade de sobreviver sem solo, raízes ou água. Elas sobrevivem pelo apego às rochas, árvores e até mesmo – pasmem – entre os espinhos pontiagudos dos Cactos nos desertos, elas captam a água da chuva e / ou gotículas do orvalho e poeira para se abastecer de toda umidade e nutrientes que necessitam e que nunca conseguiriam receber por vias normais dentro das selvas. No Brasil, esse tronco botânico é encontrado desde a floresta Amazônica até os pampas gaúchos. Das cerca de três mil espécies existentes nas Américas, mil e duzentas são endêmicas ou típicas apenas do território brasileiro. Botânicos classificam estas notáveis sobreviventes como Bromélias epífitas. Uma epífita é qualquer planta que não vive no solo, mas sobrevive pelo apego a uma outra planta. Epífitas no entanto, não devem ser confundidas com parasitas, porque enquanto um parasita obtém nutrientes de seu hospedeiro, uma epífita trata o mesmo como nada mais do que uma plataforma de pouso e ancoragem. Não prejudicam a planta hospedeira de nenhuma forma. Para efeito de apoio e / ou ancoragem, as Tillandsias produzem algumas raízes semelhantes a arames, que são capazes de se fixar em qualquer superfície. Embora sendo muito eficazes no apoio às plantas, estas raízes não desempenham nenhum papel na obtenção de umidade ou nutrientes. Na natureza, uma grande variedade de plantas servem de abrigo ao mundo animal. Entretanto, poucas chegam a hospedar uma fauna tão variada e abundante como as Bromélias. A importância ecológica das famílias são marcantes nos ambientes em que ocorrem, pois muitas espécies ampliam a biodiversidade através dos tanques (fitotelmatas), que funcionam como verdadeiros reservatórios onde se acumulam as águas das chuvas, que por sua vez, são utilizadas por uma vasta gama de seres vivos. A planta transforma-se assim num diminuto oásis. A Bromélia dá de beber aos pássaros, macacos, batráquios e pequenos roedores, que ali saciam a sede. Muitos nascem e morrem na copa das árvores sem nunca ter posto os pés na terra firme, pois as Bromélias lhes dão as provisões necessárias as suas sobrevivências. Como Ninfas Gregas, elas estão presentes em todos biomas brasileiros. Algumas espécies de Bromélias se instalam no alto de árvores e só se reproduzem com a ajuda de animais que cumprem as funções de transferir pólen para outras flores e sementes para locais onde possam germinar, como Beija-Flores, Abelhas, Morcegos e outros insetos. Essa interdependência entre Bromélias e outros habitantes dos ecossistemas faz com que elas sejam peças chave da biodiversidade e denunciem os primeiros indícios de deterioração dos biomas. Elas servem como bioindicadoras para contar a historia da conservação dos biomas. O bioma é conceituado no mapa como um conjunto de vida (flora e fauna) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em diversidade biológica própria. Dentre os inúmeros biomas brasileiros podemos destacar e descrever os que se seguem:

- Floresta Amazônica:

Estende-se além do território nacional, com chuvas freqüentes e abundantes. Apresenta flora exuberante, com espécies endêmicas, e é habitada por inúmeras espécies de animais, alguns raros e exóticos. Para se ter uma idéia da riqueza da biodiversidade desse ecossistema, ele apresenta até o momento um milhão e quinhentas mil espécies de vegetais já identificadas por cientistas.

- Mata de Cocais:

A Mata de Cocais situa-se entre a Floresta Amazônica e a Caatinga. São as matas formadas por carnaúba, babaçu, buriti e outras palmáceas. Vários tipos de animais habitam esse bioma, como a araracanga e o macaco cuxiú.
- Pantanal Mato-Grossense:
O Pantanal está localizado na região Centro-Oeste brasileira e engloba parte dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. A área é a maior planície alagável do planeta, com espantosos indicies de biodiversidade animal. Sofre a influência de diversos ecossistemas, como o Cerrado, a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, assim como os ciclos de seca e cheia, e de temperaturas elevadas.

- Caatinga:

A Caatinga localiza-se na maior parte da região Nordeste. No longo período da seca, a vegetação perde as folhas e fica esbranquiçada. Esse fato originou o no Caatinga, que na linguagem Tupi, significa mata branca. Os cactos, como Mandacaru, o Xique-Xique, as Dyckias, e outras plantas como o Umbuzeiro, a Jurema e outras, de grande importância para sobrevivência da fauna e do próprio homem.

- Restinga:

A Restinga é típica do litoral brasileiro. Os seres que habitam esse ecossistema vivem em solo arenoso, rico em sais. Parte desse solo fica submerso pela maré alta. Como exemplo de plantas características da Restinga, posso citar: Gravatás e outras Bromélias, Cactos, Aroeirinha e outras.

- Mata Atlântica:

A Mata Atlântica é um bioma presente na maior parte do território brasileiro, abrangendo ainda parte do território do Paraguai e da Argentina. As florestas atlânticas são ecossistemas que apresentam árvores perenes e que atingem de vinte a trinta metros de altura. Nela há uma grande diversidade de epífitas, como Bromélias e Orquídeas. Ela foi a segunda floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul, em especial no Brasil. Ela acompanhava toda linha do litoral brasileiro do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Cobria importantes trechos de serras e escarpas do Planalto brasileiro, e era continua com a Floresta Amazônica. Em função do desmatamento, principalmente a partir do século XX, encontra-se hoje extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais ameaçadas do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é um dos maiores do planeta.

- Cerrado:

O Cerrado é um dos caldeirões ardentes para a conservação da biodiversidade do planeta. Historicamente a região é tomada pelas queimadas (espontâneas e / ou provocadas pelo homem) na época da seca, que vai de junho a setembro. O Cerrado possui a mais rica flora dentre as savanas do mundo. Algo em torno de sete mil espécies, com alto nível de endemismo. A riqueza de espécies de aves, peixes, répteis, anfíbios e insetos é igualmente grande, muito embora a riqueza de mamíferos seja relativamente tímida. As principais ameaças à biodiversidade do Cerrado são as queimadas, erosões dos solos, a degradação dos diversos tipos de vegetação presentes no bioma e a invasão biológica causada por gramíneas de origem africana. O uso do fogo para abertura de áreas virgens e também utilizado na intenção de estimular o rebrotamento das pastagens nativas também é prejudicial, muito embora o Cerrado seja um ecossistema adaptado ao fogo. Temos entre os vários exemplares de Bromélias do Cerrado uma bem diferente de todas outras conhecidas. Essa variedade é azul com bolinhas roxas a noite, mudando de cor pela manhã, fica rosa com amarelo, de tarde laranja com vermelho e a noite volta a ser roxa com azul.

Você sabia que uma árvore pode formar um ecossistema?

Um ecossistema abriga um grupo de seres vivos interdependentes. A sobrevivência deles também depende de fatores físicos como a água e o solo. A luz solar e o solo são elementos inanimados, ou abióticos. Biota é o conjunto de seres vivos de um ecossistema. Um bioma contém vários ecossistemas. Não crescem árvores em planaltos de grandes altitudes como na vegetação no topo da Cordilheira dos Andes, por exemplo; porque a temperatura é muito baixa. No mesmo ecossistema, os seres vivos estão interligados por meio da teia alimentar. A Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil. O Cerrado, bioma brasileiro, é sinônimo de savana. A ausência de predadores pode desequilibrar a sobrevivência de um ecossistema. Na vida dura dos desertos, por que os animais têm hábitos noturnos porque à noite as temperaturas são mais amenas.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

AS TILLANDSIAS DO BRASIL

Por: Rômulo Cavalcanti Braga
O Brasil abriga cerca de quarenta por cento das espécies de Bromeliaceas catalogadas, o que representa quase mil trezentos e dez táxons diferentes. Quanto aos gêneros, cerca de setenta e três por cento ocorrem no país. Destes, quarenta por cento são encontrados exclusivamente no Brasil com vários gêneros endêmicos principalmente na Mata Atlântica, ecossistema que abriga grande diversidade e quantidade de Bromélias. Ocorrem também nas Restingas, nos Campos Rupestres, Campos de Altitude, Cerrados, Caatinga e em algumas regiões da Amazônia e do Pantanal do Mato Grosso (Leme & Marigo, 1993). Na última monografia escrita para as Bromeliaceas, Smith e & Downs (1974, 1977 e 1979), organizaram duas mil cento e dez espécies em quarenta e oito gêneros e três subfamílias: Pitcairniodeae, Tillandsioideae e Bromelioideae. Reconheceram quarenta e seis gêneros de Bromeliaceas para o Brasil. Nos últimos vinte anos, novas coletas e descrições elevaram em aproximadamente em cinqüenta e cinco por cento o número de espécies para a família, que atualmente conta com cerca de três mil duzentas e setenta espécies e cinqüenta e seis gêneros (Luther & Sieff, 1994,1997; Grant & Zijlstra, 1998; Luther, 2000, 2001; Faria, 2002). Em função dos crescentes impactos provocados pela ação do homem nestes ecossistemas, as Broméliaceas correm sério risco de desaparecimento e carecem de urgentes estudos e medidas de conservação. Aos meus olhos a melhor forma de conservação é o incentivo a formação de colecionadores, pois esses com certeza procurarão preservar e cultivar da melhor forma possível cada exemplar que lhes chegarem ás mãos. Há necessidade de levantamentos florísticos com elaboração de chaves artificiais para identificação dos espécimes, além de informações sobre sua distribuição geográfica no Brasil, objetivando subsidiar a conservação de fragmentos remanescentes da Mata Atlântica e outros biomas igualmente ameaçados. Lamentavelmente há uma carência imensurável de pesquisadores de campo, para procederem novas coletas e conseqüentemente novas descobertas. É um paradoxo um país com tantos biomas ser tão pouco estudado e pesquisado e o pior, ao se procurar aprofundar um pouco mais a respeito de um espécime qualquer endêmico do Brasil, muito pouco ou nada se conseguira a respeito. Digo isso por experiência própria. Na qualidade de Colecionador de Bromélias com ênfase para subfamília das Tillandsioideaes, procurei aprofundar meus conhecimentos sobre esses táxons. Nada encontrei de literatura na língua portuguesa a respeito. Então tomei a iniciativa de montar um Blog intitulado Tillandsias Raras, onde no espaço de um ano fui montando Fichas Técnicas Individuais de cada espécime e descrevendo o manejo, a ambientação, o cultivo e reprodução de cada exemplar. Consegui implantar setecentas e oito Fichas Técnicas das quais, praticamente a metade só consegui identificar o país de origem e algumas fotos. Ao tentar descrever as endêmicas do Brasil a experiência não foi nada animadora, pois muito pouco ou nada se tem registrado a respeito dessas plantas encantadoras e misteriosas. Estou pretendo em registrar novas Fichas Técnicas sobre seleto grupo brasileiro de Tillandsioideaes de inflorescência vermelha e posteriormente das endêmicas do Brasil. Sei que muito pouco poderei discorrer a respeito desses táxons, mas creio que será uma pequena contribuição aos novos acadêmicos graduados em Botânica que despontarão daqui para frente.

CULTIVO DE BROMÉLIAS E TILLANDSIAS NO BRASIL

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

As Tillandsias desfrutam a anos de uma popularidade cada vez mais crescente nos Estados Unidos, Austrália, Holanda, Japão, Alemanha e outros países, onde são formados Clubes e Associações. Nada mais agradável, pois grande parte das Tillandsias se encontram em processo de extinção e a melhor maneira de serem salvas, é o cultivo pelas mãos de colecionadores. As Tillandsias têm uma reputação de possuir crescimento lento e muitas vezes de serem difíceis de se cultivar, nada de mais se comparado ao cultivo das Orquídeas. Lamentavelmente no nosso país, atualmente se valorizam muito as Orquídeas e se coloca no limbo as suas ilustres primas as Bromélias com preconceitos do tipo: que são vetores de reprodução dos Aedes Aegypti e Aedes Albopictus – transmissores da dengue. Na verdade vários estudos feitos pela Fiocruz, desmitificam o fato. Na natureza, uma grande variedade de plantas servem de abrigo ao mundo animal. Entretanto, poucas chegam a hospedar uma fauna tão variada e abundante como as Bromélias. A importância ecológica das famílias são marcantes nos ambientes em que ocorrem, pois muitas espécies ampliam a biodiversidade através dos tanques (fitotelmatas), que funcionam como verdadeiros reservatórios onde se acumulam as águas das chuvas, que por sua vez, são utilizadas por uma vasta gama de seres vivos. A planta transforma-se assim num diminuto oásis. A Bromélia dá de beber e comer aos pássaros e macacos que ali saciam a sede. Muitos nascem e morrem na copa das árvores sem nunca ter posto os pés na terra firme, pois as Bromélias lhes dão as provisões necessárias as suas sobrevivências. A reprodução das Bromélias na natureza ficam a cargo dos beija-flores e abelhas silvestres, seus principais polinizadores. E certo que cada uma tem o seu valor e eu acho que isso resulta de uma incapacidade de reconhecer as diferenciações entre as Bromélias. Quero compartilhar o que aprendi sobre como fazê-las crescer rapidamente. É interessante comparar os dois maiores grupos de bromélias de uma perspectiva ecológica / hortícola. Nesse texto a palavra Tillandsias refere-se apenas às espécies xerófitas ou atmosféricas que crescem nos habitats semi-áridos. Também incluirei as espécies xerófitas das Vrieseas, como a Vriesea Espinosae e Vriesea Rauhii. O outro grupo de que tratarei é o de Bromélias Tanques, aquelas que retêm a água no centro de suas rosetas. Estas são as Aechmeas, Vrieseas, Neoregélias, Guzmanias e Alcântareas Imperialis. Há naturalmente, formas intermediarias tais como as Tillandsia Hildae, Tillandsia Mima, Tillandsia Wagneriana, que podem conter um pouco de água, mas provavelmente raramente por causa de seus habitats. Bromélias Tanques (Vantagens e Desvantagens) – Considero as Bromélias Tanques bastante difícil de crescer em grupos por diversas razões. O problema decorre principalmente de duas características: sua simetria regular e suas folhas geralmente glabras. As folhas brilhantes tornam qualquer dano, altamente visíveis, como manchas de queimaduras. Elas são facilmente feridas por plantas espinhosas adjacentes, como Aechmeas, então elas exigem um espaçamento amplo. A simetria perfeita das Bromélias Tanques é uma fonte primária perfeita de beleza, mas qualquer imperfeição torna-a altamente perceptível. Uma folha danificada não pode ser removida, pois sua ausência seria óbvio. Se uma planta é movida para um local mais claro ou mais escuro, as folhas novas vão crescer em uma roseta mais apertada ou mais solta, arruinando a simetria. Além disso, por causa da simetria são apresentadas da melhor forma como rosetas únicas. Mas, de uma vez que têm um ciclo de crescimento anual (uma planta de floração anual, produz mudas que irão florescer no ano seguinte), isso significa que as touceiras formadas terão que ser freqüentemente divididas e transplantadas. Pessoas que possuem alguns exemplares não percebem quanta mão-de-obra este trabalho envolve, mas bromeliomaníacos com dezenas de plantas me entende. Por último, as extremamente populares Neoregélias requerem uma atenção toda especial com relação ao uso de fertilizantes foliares, pois ao fornecer-lhes nitrogênio perto da maturidade, este inibirá o desenvolvimento de suas cores, que chamo de fixação de cores. Do lado positivo, as Bromélias tanque se adaptam melhor as imperfeições ambientais de uma casa do que as Tillandsias. Elas toleram baixa umidade, e muitas também se sentem à vontade em baixa luminosidade, especialmente as Vrieseas e Guzmanias. Elas também crescem melhor ao ar livre e no sudoeste. Tillandsias Xerófitas – As Tillandsias diferem das Bromélias tanques na maioria de suas características acima, e as diferenças tornam-nas mais fáceis de crescer como espécies quase perfeitas. Manchas de queimaduras raramente são visíveis, por causa da densa camada de tricomas. As folhas são geralmente mais resistentes e não são facilmente danificadas, e os danos são menos perceptíveis na maioria das espécimes por causa de suas formas informais. Também a formação simétrica mais solta na luz raramente estraga a beleza da planta. Erros no uso de fertilizantes não afetam a cor ou forma, mas sim a taxa de crescimento, o que só será percebido daí a algum tempo. Por último, as Tillandsias requerem menos cuidados e espaço, pois elas não necessitam terem suas touceiras divididas constantemente e não necessitam de substrato para se desenvolverem. A maioria destes espécimes ficam mais belas quando aumentam de tamanho formando touceiras. Além disso, a superlotação não fere uma a outra. Infelizmente, existem algumas comparações desfavoráveis com as Bromélias tanques. As Tillandsias necessitam de alta luminosidade, umidade e circulação de ar para um bom desenvolvimento, e, portanto são menos adaptáveis como plantas de interior. Várias espécies podem manter-se em boa aparência por muitos meses em casa, então elas adequadas para decorações temporárias como outras plantas floristicas, que após um período eventualmente serão descartadas e substituídas. No entanto, estou falando com Bromeliófilos que querem que suas plantas cresçam saudáveis e viçosas. É claro que algumas pessoas dedicadas procuram cultivá-las próximas a janelas e com todos cuidados inerentes a espécie. Um bom desenvolvimento de Tillandsias requerem um clima ameno e claridade. Acho que é intrigante que essas plantas que são adaptadas aos trópicos semi-árido, seriam menos tolerantes do que a aridez das Bromélias tanques, que vêm habitats mais úmidos. Mesmo que as Tillandsias cresçam onde sofrem semanas ou meses sem chuvas, a umidade quase nunca vai abaixo de cinqüenta por cento. Ainda assim, creio que as Bromélias tanques nunca tiveram uma experiência de umidade baixas também. Terei de deixar este mistério para um biólogo. Cultivá-las Grandes, Com Desenvolvimento Rápido – Acredito firmemente que a reputação das Tillandsias de serem lentas e /ou difíceis se deve a falha de reconhecer as suas diferenças de outras Bromélias. Não há truques para cultivá-las. Se forem dadas as suas três principais necessidades básicas – Luminosidade, umidade e circulação de ar, plantas saudáveis estarão garantidas. O que na maioria das vezes ocorre é que na ausência de fertilizantes apropriados ás espécies da família das Bromeliáceas, se recorre a adaptação, no caso do uso de fertilizante de Orquídeas. Apesar de serem primas, as Bromélias têm um poder de absorção foliar muito maior que as Orquídeas e também há o fator primordial: as Bromélias temem o elemento COBRE, que as leva fatalmente a morte. O sintoma clássico é o apodrecimento das folhas novas internas da roseta, que com o tempo se soltam, deixando em seu lugar uma mancha escura, e em seguida a morte do exemplar. Eu sempre coloco em todos os meus textos que sou contra a utilização de fertilizantes químicos, que eu pessoalmente só utilizo água pura e esporaticamente uma formulação feita com urina de vaca. Para aqueles que desejam se aventurar com os fertilizantes químicos eu sempre recomendo que o façam utilizando ¼ da força recomendada pelo fabricante, diluída em um litro de água, aplicado com sol frio e uma vez ao mês. Se você pretende desenvolver grandes touceiras é necessário que amarre a Tillandsia com um fio de nylon e a mantenha de cabeça para baixo, as novas mudas crescerão em volta da planta mãe formando bolas decorativas e o excesso de água não se acumulará. Nas espécies não caulescentes a maior parte do crescimento ocorrerá nos primeiros três / cinco anos, sempre se iniciando com uma única planta madura (matriz). A Tillandsia saudável após a floração produz tipicamente de três a cinco filhotes que irão no ano seguinte e também se multiplicarão por três ou cinco vezes. À medida que a touceira fica lotada, o número de filhotes ou brotos diminuirá para um ou dois, e alguns desses se sufocarão pelo crescimento adjacente. A Tillandsia Caput Medusae, por exemplo, atinge seu tamanho máximo em seis ou sete anos em ótimas condições. Depois a moita ou touceira se torna mais densa com as plantas ficarão cada vez menores em meio a multidão no centro da touceira, mas o diâmetro não aumentará. Caulescentes como a Tillandsia Duratii e Tillandsia Aeranthos têm o crescimento mais rápido porque os brotos permanecem bem espaçados e não há competição. Estas espécies se ampliam até o centro e se quebram sob seu próprio peso. A Duratii têm um fator de reprodução bastante interessante: os brotos surgem nas pontas das folhas maduras e ali se desenvolvem rapidamente. Cultura Mais Específica – É difícil fornecer detalhes específicos sobre as condições de tratos culturais, porque eles variam entre as espécies e com o clima da região do produtor. Mas basicamente a luz é o fator mais complicado de se qualificar. Fornecer-lhes luminosidade intensa tanto quanto elas podem tomar sem se queimarem, é preciso saber os limites da experiência. Aqui em Brasília temos alta luminosidade como no litoral do nordeste, assim por experiência própria eu utilizo as folhas de sombrite de 70% dobradas. Pois embora o fabricante afirme que a tela barra 70% da claridade, na prática não é o que ocorre, e sob a ação do tempo ela limitará somente 40%. A utilização de brita ajuda no fator da umidade, pois a pedra é fria, ainda mais quando molhada, mantém a alta umidade e conseqüentemente as plantas podem receber uma maior onda de calor. A umidade deve ser mantida preferencialmente acima de cinqüenta por cento. As Tillandsias pouco crescerão se a umidade for cronicamente inferior a esse valor. A circulação de ar é fator muito importante também, pois é ela que secará o excesso de água das folhas. A água só deve ser utilizada nas regas pela manhã e em dias alternados, assim elas estarão secas no meio da tarde, pois as Tillandsias fazem a respiração CAM e se forem molhas a tarde ou noite isso sufocará os tricomas, que impedirão a abertura das células para respirar. O quesito temperatura para nós no Brasil é um fator irrelevante, pois temos um clima tropical livre de baixas temperaturas. As Bromélias e Tillandsias suportam bem o calor, mas não a baixas temperaturas com neve e geadas, nesse caso elas terão que ser protegidas. Relacionarei a seguir as minhas observações respeitando a adequação de várias espécies, para serem cultivadas como aglomerações ou como exemplares únicos.
01 – Formam touceiras / aglomerações com grande rapidez:
- Aeranthos
- Bulbosa
- Bulbosa
- Butzii
- Caput Medusae
- Pauciflora
- Duratii
- Geminiflora
- Ionantha
- Ixioides
- Juncea
- Meridionalis
- Stricta
- Xiphioides
- Vriesea Espinosae
02 – Crescimento mais lento, com grandes aglomerações:
- Albertiana
- Argentina
- Araujei
- Cacticola
- Caeruela
- Concolor
- Croccata
- Pruinosa
- Seleriana
- Straminea
03 – Melhor cultivadas individuais ou pequenos aglomerados
- Argentea
- Brachycaulis
- Gardneri
- Hildae
- Juncea
- Mima
- Punculata
- Secunda
- Streptophylla
- Tectorum
- Tricolor
- Xerográphica
04 – Tillandsias Xerófitas que aceitam sombra escura e umidade
- Aeranthos
- Bergeri
- Butzii
- Filifolia
- Pauciflora
- Seleriana