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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A PUREZA QUE AINDA NOS RESTA

Por: Rômulo Cavalcanti Braga

O Brasil é uma jóia rara! Não é à toa que os olhos do mundo estão voltados para as belezas daqui... Além de um povo alegre e hospitaleiro, que consegue manter o sorriso no rosto apesar das tantas dificuldades, temos os ecossistemas mais exuberantes, um litoral com nove mil cento e noventa e oito quilômetros de extensão, com praias paradisíacas e muitas ainda em estado selvagem, sem falar nas chapadas mais suntuosas, a fauna e flora mais diversificada e alguns exemplares raros, fartura de pedras e metais preciosos em nosso subsolo e por aí segue uma lista interminável de riquezas naturais, culturais e folclóricas inigualáveis e, infelizmente, ocultas. Lamentavelmente, vivemos em um país que ainda é pouco conhe cido pelo seu próprio povo. Poucos são os brasileiros que procuraram explorar de forma sustentável, discernir dúvidas e afastar os véus que encobrem as lendas e os fatos sobre os biomas de nossa flora e fauna. Não são poucos os exemplares de nossa flora que foram retirados de nossas matas e levados para o exterior, onde fazem grande sucesso de vendas com até (pasmem) lista de espera, e aqui não passam de ilustres desconhecidas e não há quem as produza para consumo interno. Entre tantas, posso citar aqui a Sinningia Guttata, a Chrysothemis Pulchella, a Stachytarpheta. Na família Bromeliaceae, o gênero Tillandsia é o que tem maior numero de espécies, distribuídas em toda região neotropical. São plantas caulescentes ou acaulescentes, epífitas ou rupícolas. Economicamente, as citadas ante riormente e as Bromeliaceas, interessam principalmente como plantas ornamentais, medicinais e produtoras de fibras. As Tillandsias podem ser utilizadas como bioindicadoras da qualidade do ar, por absorverem substâncias tóxicas que se acumulam em seus tecidos, demonstrando externamente os graus de intoxicação a que são submetidas pela poluição atmosférica. Sete espécies de Tillandsias estão listadas pela CITES (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora, Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção) em seu Apêndice II, por se encontrarem em risco de extinção: a Tillandsia Xerográphica, Tillandsia Harrisii, Tillandsia Mauryana, Tillandsia Kautskyi, Tillandsia Sprengeliana e Tillandsia Sucrei. Estas três últimas: Tillandsia Kautskyi, Tillandsia Sprengeliana e Tillandsia Sucrei, são brasileiras. Já a Base de Dados Tropical lista espécies da flora bromelícola brasileira ameaçadas de extinção, tendo como fonte de informações a Internacional Union for Conservation of Nature and Natural Resources – The World Conservation Union (União Internacional para Conservação da natureza e dos recursos naturais - A união para conservação mundial), a Fundação Biodiversitas/MG, e a Secretaria do Meio Ambiente e do Estado de São Paulo. Aqui as Tillandsias citadas são: Tillandsia Aeris-Incola, Tillandsia Brachyphylla, Tillandsia Carminea, Tillandsia Grazielae, Tillandsia Kautskyii, Tillandsia Linearis, Tillandsia Lorentzina, Tillandsia Nuptialis, Tillandsia Reclinata, Tillandsia Seideliana, Tillandsia Spiculosa, Tillandsia Sprengeliana, Tillandsia Sucrei e Tillandsia Xiphioides. Em 1997, o pesquisador Orlando Graeff sugeria que fosse dada atenção especial às Tillandsias Carminea, Grazielae e Reclinata. As duas últimas espécies endêmicas de Petrópolis, RJ. Novamente em 2001, Graeff (Comunicação Pessoal) chamou a atenção para o fato de alguns desses exemplares terem sua ocorrência em afloramentos rochosos muito íngremes e quase desvegetados, formando populações densas, mas restritas do ponto de vista de sua propagação. Esses espécimes ainda não foram suficientemente caracterizados. Da Tillandsia Carminea W. Till, descreve-a a partir de elementos isolados, não se conhecendo sequer o seu habitat. Nas regiões sul e sudeste, onde se concentra a maior produção de Bromélias do país, nenhuma dos espécimes ameaçados de extinção é encontrado em cultivo. Paralelamente no exterior, é cada vez mais forte a procura destas plantas para o consumo: há um mercado efervescente, com a formação de Clubes, Associações, Federações de Colecionadores e Produtores de Bromélias, com grande ênfase para as Tillandsias. Eles têm adesivos especiais para montagens de arranjos e insumos específicos para fertilização das plantas. Já aqui no Brasil, nada se encontra a respeito destes exóticos e magníficos espécimes. Eu pessoalmente tenho me empenhado em fazer um Blog com Fichas Técnicas de cada espécie de Tillandsia, quando pesquiso uma variedade, raramente encontro alguma informação a respeito da planta e, às vezes, alguma foto. A meu ver, a melhor forma de preservação e a consequente perpetuação dos espécimes está nas mãos dos colecionadores, que infelizmente aqui no nosso pais ainda são alguns poucos abnegados, que vêm lutando desesperadamente para conseguir adesivos e insumos através de importações ou tentando adaptações dos materiais disponíveis no mercado interno.





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