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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

TILLANDSIAS – TESOUROS DO AR

Por: Rômulo Cavalcanti Braga
Airplants e/ou Tillandsias, são plantas da família Bromeliaceae. Elas pertencem a um gênero muito diverso e podem ser encontradas desde os desertos a florestas e montanhas da América Central, América do Sul, México e sul dos Estados Unidos. Nas Tillandsias a umidade e os nutrientes derivam de suas folhas, que são captadas através de pequenos filamentos de pigmentação branca, chamadas de tricomas e/ou escamas peltadas.  Os tricomas e/ou escamas peltadas têm por uma de suas finalidades, regular a quantidade de umidade e nutrientes, bem como a troca gasosa, agindo como pequenos estômatos. A bem da verdade, as Tillandsias são únicas, não só na aparência, mas por seus processos de permutas gasosas, que são diferentes das plantas normais. Os vegetais geralmente têm maior captação de dióxido de carbono durante o dia para processar a fotossíntese na presença da radiação solar. Em contraste, as Tillandsias têm diferentes fontes de absorção de dióxido de carbono do sistema, conhecido como a respiração CAM. Como esse sistema é vantajoso em relação ao sistema “padrão”, pois vivem em habitats inóspitos e/ou áridos, o ato de  abrir e fechar  os estômatos durante o dia poderia causar uma perda significativa da umidade da planta. Assim, as Tillandsias mantêm seus estômatos fechados durante o dia através dos tricomas e abrem-se durante a noite para absorver dióxido de carbono. O oxigênio produzido a partir da fotossíntese durante o dia é usado para a respiração, enquanto os estômatos permanecem fechados. Isto explica a razão pela qual as Tillandsias não devem ficar molhadas durante a noite, pois os tricomas seriam prensados contra a planta, impossibilitando os estômatos de abrirem-se para captação do dióxido de carbono e liberação de oxigênio durante a noite, causando asfixia nos exemplares. Também não devem ser encharcadas nas regas, pois o excesso de água as fará apodrecer, para tanto é recomendado que seja umidificadas com névoas leves realizadas por um aspessor.  As raízes das Tillandsias servem única e exclusivamente para fornecer ancoragem e/ou fixação, não exercendo a função de fornecedor de nutrientes e absorção de umidade. As Tillandsias podem ser divididas em dois grupos principais: as de folhas verdes e as de folhas prateadas. As de folhas verdes em geral, possuem folhas finas e habitam regiões que são bem carregadas de umidade (nevoeiro e chuva), enquanto a variedade de folhas prateadas são normalmente encontradas em regiões áridas ou semi-desérticas onde o ar é seco e a água escassa. Este grupo requer pouca água, mas abundância de luz. Exemplos de Tillandsias de folhas verdes são: Junceas, Strictas. Fillifolia e Cyanea. Enquanto nas prateadas incluem-se: Cacticolas, Magnuseanas, Tectoruns,  Selerianas, Xerográphicas, Secundas e Usneoides. As Tillandsias como as Orquídeas, só florescem uma vez, após um período que pode variar de um a três anos ou mais dependendo da espécie. Na maioria dos casos, as folhas mais íntimas assumirão uma tonalidade diferente, como vermelho, roxo ou rosa. As brácteas de flores aparecerão em hastes florais alongadas fora da roseta. A diversidade das flores podem provocar um maravilhoso deleite, é um verdadeiro espetáculo de cores e aromas que tem como propósito de atrair vários agentes polinizadores, como: Abelhas, Beija-Flores e pássaros frutívoros, para através da polinização e da produção de sementes, perpetuar as espécies, através de novas gerações de exemplares. No entanto, as Tillandsias também se multiplicam através da distribuição de deslocamentos ou brotos laterais, também chamados de “filhotes”, as plântulas que crescem no tempo em uma planta adulta e iniciam processo de floração. Os deslocamentos podem ser produzidos antes ou depois da planta-mãe ou matriz ter florescido. A flor ou o processo de floração em si pode durar por dias, semanas ou até meses, novamente dependendo da espécie. As sementes têm um tamanho diminuto e leve, geralmente são envoltas por plumas o que as faz voar ao sabor dos ventos e da avefauna que contribuem assim, direta e indiretamente para perpetuação das espécies.




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