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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

BEIJA-FLOR (Trochiliformes)

  • Nome Científico: Troquilídeo
  • Nome Popular:  Beija-Flor, Colibri, Cuitelo
  • Família: Trochilidae
  • Ordem: Trochiliformes
  • Origem: Américas
  • Ciclo de Vida: Perene
  • Por: Rômulo Cavalcanti Braga

O Beija-Flor, Colibri ou Cuitelo é uma ave da ordem dos Trochiliformes, que inclui apenas a familia Trochilidae e seus cento e oito gêneros. Existem trezeentas e vinte e duas espécies conhecidas. No Brasil, alguns gêneros recebem outros nomes, como os rabos-brancos, do gênero Phaethomis ou os bicos-retos do gênero Heliomaster. No antigo sistema classificativo, a familia Trochilidae integrava a ordem Apodiformes, juntamente com os Andorinhões. Entre as características distintivas do grupo, contam-se o bico alongado, a alimentação à base de néctar, oito pares de costelas, quatorze a quinze vértebras cervicais, plumagem iridescente e uma língua extensível e bifurcada. Origem – O grupo é originário das Américas e ocorre desde o Alasca à Terra do Fogo. A maioria das espécies é tropical e subtropical. A maior biodiversidade do grupo encontra-se no Brasil e no Equador, que contam com cerca de metade das espécies conhecidas. Os Troquilídeos estão ausentes no Velho Mundo, onde o seu nucho ecológico é preenchido pela família Nectariniidae – Passeriformes. Características Físicas – Os Beija-Flores são os menores pássaros do mundo. Aves de pequeno porte, que medem em média seis a doze centímetros de comprimento e pesam de dois a seis gramas. O minúsculo corpo do Beija-Flor apresenta aspectos bastantes originais. O desenho peculiar de suas asas, aliado aos poderosos músculos que as movimentam, fazem dele um dos mais exímios voadores. Em pleno ar, o beija-flor executa verdadeiros malabarismos, impossíveis a qualquer outro pássaro. As penas do Beija-Flor brilham como diamantes e, com seus movimentos rápidos, parecem mudar de cor a cada momento. Seu bico mais se assemelha a uma espada fina e comprida, e sua língua é ainda duas vezes mais longa. Cada uma dessas características faz do beija-flor um pássaro muito original. Suas asas se movimentam em todas as direções. Isso porque seus ossos são diferentes dos que compõem as asas das outras aves. Estas têm ossos longos, enquanto que as asas do Beija-Flor têm ossos curtos e flexíveis.O esqueleto do Beija-Flor parece um delicado brinquedo feito de palitos de fósforo, mas tem uma estrutura surpreendentemente forte. O osso maior é o do peito, que sustenta os poderosos músculos que impulsionam o vôo. Mais de um terço do peso de um beija-flor corresponde aos músculos peitorais, o maior conjunto de músculos que o pássaro possui e que é responsável pela força de seu esplêndido vôo. Para retirar o néctar do interior das flores, o Beija-Flor usa seu longo bico e sua língua, cuja extremidade é dividida em duas partes recobertas de minúsculos pêlos. O menor deles é o Beija-Flor-Abelha, encontrado em Cuba. Mede cerca de cinco centimetros de comprimento, sendo a metade deste tamanho correpondente ao bico e à cauda, e pesam em média seis gramas. Existem também Beija-Flores maiores, embora sejam exceção. O Beija-Flor-Gigante, que vive na América do Sul, chega a medir vinte centímetros de comprimento. Lenda Indígena – Conta uma lenda indigena, que durante uma festa de primavera, organizada para todos os pássaros, os travessos Beija-Flores devoraram às escondidas todas as iguarias mais doces do banquete, não sobrando nada para os outros convidados . Como foram pegos em flagante, receberam o seguinte castigo: teriam de repor, continuamente, um a um dos doces furtados. Desde então eles vivem voando apressados e incessantemente em busca do néctar das flores. Castigo ou não, o fato é que essa busca desesperada oferece a nós, humanos, um verdadeiro espetáculo natural. Não há quem não se renda à beleza e graciosidade dessas pequenas criaturas! Evoluções Cênicas – Ágeis e irrequietos em suas lindas e variaveis cores, encantam a todos aqueles que observam as admiráveis coreografias que eles desenham no ar. Voando sem parar, em todas as direções, estão sempre à procura do nectar de que se alimentam e para obtê-lo introduzem seu bico longo e fino em cada flor que encontram. A velocidade e a agilidade no vôo são, sem dúvida, suas características mais marcantes. Como pequeninos mísseis alados, cortam o ar em manobras radicais inesperadas e parecem nada temer. Suas asas invisíveis, de tão rápidas, permitem grandes façanhas, até mesmo enfrentar pássaros cem vezes maiores. Por esse motivo são considerados campeões de vôo e serviram de inspiração para criação do helicóptero. Suas plumagens coloridas e brilhantes dão a impressão de mudar de tonalidade a cada instante, originando a grande variedade de denominações que recebem. Alguns exemplares são comparados a pedras preciosas, como rubi, safira e esmeralda; outros têm nomes de contos de fadas; há ainda aqueles que lembram corpos celetes, cometas e raios de sol. Bailarinos do Ar – Agitados, independentes e espertos, esses graciosos bichinhos se aclimatam a qualquer temperatura ou tipo de vegetação. E em todo o mundo, seja qual for sua espécie, o Beija-Flor é admirado como pássaro mais delicado e encantador. A iridescência das penas se revela e impressiona. É como se a pequena ave tivesse luz própria, um brilho que esbanja beleza. Com os Beija-Flores, a natureza prova que tamanho não é documento. No mundo das aves, eles são os menores. Por outro lado, são também os mais rápidos, capazes de proezas que nenhuma outra ave consegue. Mestres dos vôos, pairam no ar, rodopiam e fazem curvas, voando de marcha-ré. Como bailarinos do ar, parecem não ter limites e desafiam a gravidade com manobras radicais e ousadas. Alimentação –Embora sejam muito pequenos, eles gastam uma grande quantidade de energia porque estão sempre em movimento: suas asas, por exemplo, são as mais rápidas, com cerca de setenta batidas por segundo. Para repor essas forças, eles estão sempre sugando as flores. O alimento em tal quantidade deve ser digerido rapidamente, por isso sua dieta consiste sobretudo de glicose, que logo é transformado em energia. Esse combustível é encontrado nas várias espécies de flores. As proteínas necessárias para fortalecer seus músculos são fornecidas pelos insetos que os beija-flores apanham. Assim, o total de alimentos que eles consomem é muito grande em relação a seu peso e tamanho. Basta lembrar que, se um homem de oitenta quilos gastasse energia na mesma proporção, por exemplo, do Beija-Flor-de-Pescoço-Vermelho (Archilocus Colubris), teria de ingerir diariamente cerca de cento e cinqüenta quilos de batata. Para saciar seu grande apetite, algumas espécies de beija-flores visitam por dia cerca de mil e quinhentas flores. Embora a principal fonte de alimento desses pássaros sejam as flores, eles não dispensam o açúcar encontrado nas frutas suculentas. Enquanto o Beija-Flor está ocupado em obter o néctar, ele carrega o pólen de uma flor para outra, ajudando no processo de fecundação das flores. Assim eles mantém uma simbiose com as plantas. Cotidiano – Tem uma vida muito agitada.  Apesar do seu tamanho, ele costuma gastar num só dia mais energia do que qualquer outro animal de sangue quente. Grande parte do dia ele passa procurando flores para sugar seu néctar. Mas o Beija-Flor também gasta seu tempo em outras atividades, como tomar banho, por exemplo. Chapinhando em alguma fonte ou corrente d'água, sempre encontra maneiras variadas e criativas de tomar seu banho diário. Muitos independentes, eles costumam comer, banhar-se ou descansar sempre sozinhos. Juntos, passam a maior parte do tempo brigando ou perseguindo um ao outro, a não ser na época de acasalamento. Seu namoro é breve e com bonitos torneios de vôo. As Fêmeas – Têm muito trabalho porque não contam com a ajuda dos machos. São elas que constroem os ninhos, chocam os ovos e protegem os filhotes. Apesar de minúsculos, os ninhos são muito bonitos. E, por incrível que pareça, esse pequeno e frágil abrigo resiste ao vento, às chuvas e ao crescimento dos filhotes. Na verdade, os Beija-Flores são hábeis construtores -- além de interessantes, seus ninhos são muito confortáveis. E para sorte das fêmeas, os filhotes crescem muito rápido. Nascem menores que uma mamangaba, mas, deixam o ninho poucas semanas depois. Depois de construir o ninho com grama, folhas, flores, pétalas e musgo, ele fixa isso tudo com o fio viscoso da teia de aranha, deixando o abrigo bastante firme. Geralmente, os Beija-Flores botam apenas dois ovos. Seus ninhos não comportam mais, e a fêmea não consegue alimentar mais que dois filhotes. Ao nascer, o Beija-Flor não tem penas nem enxerga. A mãe alimenta os filhotes colocando em sua garganta o bico cheio de néctar. Na maioria das vezes, os filhotes abrem os olhos com três a quatro  dias. Então, já observam ansiosos a mãe, que chega para alimentá-los. No início, a fêmea protege seus filhotes com as asas, mantendo-os bem aquecidos. Mas como são incrivelmente resistentes, depois da primeira semana já estão prontos para se aquecer sozinhos no ninho aconchegante. Com duas semanas de idade, a maioria dos Beija-Flores já tem os olhos brilhantes e atentos, e o corpo coberto de penas. Às vezes, se levantam no ninho e batem as asas –  exercícios importantes para desenvolver os músculos. Com três ou quatro semanas, os pequenos já estão prontos para deixar o ninho e começa a dominar o vôo com rapidez e facilidade. Mas ainda tem dificuldade para se alimentar sozinho: nesta fase de treinamento, coloca o bico em objetos coloridos julgando serem flores. Os Troquilídeos e as Bromélias – Onde há Bromélias lá estão eles.  É fato conhecido e comprovado por ambientalistas que os principais polinizadores naturais das Bromélias são Beija-Flores, Abelhas, Borboletas,  Morcegos e outros insetos. Mas são realmente os Beija-Flores que desempenham o papel principal em uma média de oitenta e cinco por cento dos casos de polinização natural no Brasil. Em contrapartida as Bromélias representam mais de cinqüenta por cento das flores utilizadas como recurso alimentar por essas aves (Muito embora não se possa negar a participação ativa dos Morcegos, Borboletas e Abelhas como polinizadores de Bromélias). As suas presenças são mais maciças nas Alcântara Imperialis (há quinze variedades da espécie), pois essa espécie, além de poder acumular em média dois litros de água em seus tanques, devido ao seus portes avantajados, geram uma maior quantidade de flores e conseqüentemente uma abundância maior de néctar. Futuro – O futuro dos Beija-Flores e de outros animais da nossa fauna estão ligados à preservação da flora terrestre, sobretudo das árvores e arbustos que têm florescência abundante. Facilmente adaptáveis a qualquer ambiente, os beija-flores, na verdade, não exigem muito para sobreviver: constroem seus ninhos em todo tipo de árvore e podem encontrar alimento nas flores em geral, encontradas em diversos lugares, como jardins, hortas e parques. Além disso, não temem as pessoas e vivem nas cidades sem dificuldade. Mesmo assim, o crescimento acelerado da população e a destruição de muitas espécies de plantas nativas podem constituir um grave problema para esses pássaros: muitas vezes começam a faltar-lhes locais apropriados para construir seus ninhos ou onde possam encontrar alimento adequado. É praticamente impossível acreditar que alguém seja capaz de perseguir ou matar Beija-Flores. Muitos, no entanto, fazem isso sem perceber, ao derrubar matas ou eliminar famílias inteiras de plantas e flores. Tendo mais consciência da necessidade de maior equilíbrio entre a vida das plantas, dos animais e dos homens, pode-se evitar muitos danos à natureza, da qual dependemos e fazemos parte. Ao se preservar as centenas de espécies de Beija-Flores conhecidas, estaremos, no mínimo, assegurando uma vida mais colorida e alegre, e nosso mundo será melhor e mais bonito. Conservação – Duas espécies de Beija-Flores extinguiram-se no passado recente; Esmeralda-de-Brace (Chlorostilbon Bracei) e Esmeralda-de-Gould (Chlorostilbon Elegans). Das trezentas e vinte e duas espécies conhecidas, a IUCN, lista nove como em perigo crítico de extinção, onze como em perigo e outras nove como vulneráveis. A maiores ameaças à preservação do grupo são a destruição, degradação e fragmentação de seus habitats. Atraindo Beija-Flores – O sentido do olfato não é muito desenvolvido nos Beija-Flores; a visão, no entanto, é muito apurada. Além de poderem identificar cores, eles são alguns dos poucos vertebrados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta. A alimentação deles é baseada em néctar e artrópodes, em particular moscas, aranhas e formigas. Aproveitando a grande necessidade que eles têm de um alimento energético de rápida utilização, como o néctar, que contém carboidratos em concentração variável em torno de quinze a vinte e cinco por cento, é possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados “bebedouros” para Beija-Flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de vinte por cento. Há também disponível nas lojas de Pet Shop, soluções prontas para serem utilizadas. É muito importante se observar a higiene diária dos bebedouros, que devem ser lavados e ter suas soluções trocadas religiosamente, evitando-se assim a fermentação e a conseqüente  contaminação pelo  fungo Candida Albicans, que causa uma grave infecção no bico dos Beija-Flores. Manter o jardim  cheio de flores também é um recurso natural viável,  porque facilmente esses minúsculos pássaros se aproximam dos locais floridos, sem temer a presença de estranhos: voam sobre a cabeça das pessoas e às vezes pairam no ar como se as estivessem observando. Parecem mesmo gostar de exibir sua agilidade e beleza.
Plantas Que Atraem Beija-Flores:
Ø - Ave do Paraiso (Strelitza Reginae)
Ø - Brinco de Princesa (Fuchsia Hybrida)
Ø - Bromélias (em especial as Alcantareas Imperialis)
Ø - Camarão Amarelo (Pachystachys Lutea)
Ø - Crista de Galo (Erythrina Falcata)
Ø - Helicônias
Ø - Hibisco (Hibiscus Rosa Sinensis)
Ø - Lanterna Chinesa (Abution Striatum)
Ø - Madressilva (Lonicera Japonica)
Ø - Malvavisco (Malvavisco Arboreus)
Ø - Russelia (Russelia Equisetiformis)
Ø  - Sapatinho de Judia (Thumbergia Mysorensis)
Ø - Sino Amarelo (Abutilon Darwinii)
Ø - Tumbergia Azul (Thumbergia Grandiflora)
Ø - Tumbergia Azul Arbustiva (Thumgergia Erecta)







Um comentário:

  1. Prezado Rômulo, gostaria de saber quem tirou a foto desta última imagem (3 colibris nas mãos). Queria comprar os direitos desta foto.

    Favor responder para roderictus@gmail.com

    (este perfil que estou escrevendo está com problemas).

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