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segunda-feira, 16 de abril de 2012

BROMÉLIAS MÁGICAS E EXÓTICAS

Por: Rômulo Cavalcanti Braga
Há no universo das Bromeliáceas, cerca de três mil espécies registradas – Bromélias SP (e muito mais a serem descobertas, principalmente aqui no Brasil. Infelizmente na atualidade carecemos de bons taxonomistas e / ou de pessoas com espírito aventureiro e desbravador que se dediquem com afinco a tal propósito). Está é sem sombra de duvidas uma das mais coloridas de todas famílias vegetais em termos tanto de folhagens e variedades de flores. As Bromélias possuem uma variedade incrível de cores, algumas são quase fluorescentes, e muitas são únicas no reino vegetal. A maioria das Bromélias são constituídas por uma roseta de folhas e um sistema de raízes fortes no final de uma haste aparentemente ausente ou muito curta, embora existam exceções. Elas variam em tamanho, algumas podem atingir mais de cinco metros de altura – quando se inclui a haste floral, para algo realmente diminuto (menos de dois centímetros de altura), e têm folhas que podem ser largas, brilhantes e fortemente municiadas com espinhos cortantes nas bordas, ou finas, delicadas, ásperas ou quase transparentes. A maioria das Bromélias encontradas na natureza são epífitas e vivem em ambientes úmidos (noventa e cinco por cento são encontradas na América Central e América do Sul). Algumas das espécimes epífitas crescem em rochas e fendas e não são epífitas verdadeiras, embora se comportem como tal, sem tomar alimento de qualquer tipo do solo. Há também aquelas adaptadas a aridez dos desertos, com o sol escaldante e tempestades de areia. Todas têm em comum o sistema radicular e podem ser plantadas no jardim como se faria com a maioria das outras plantas. Mas as epífitas verdadeiras – Tillandsias – são muitas vezes mais fascinantes, parecendo viver fora do ar e nada mais que isso. Por esse motivo são chamadas de plantas do ar (Air Plants). A maioria dessas plantas ainda têm raízes, mas estas têm por função única de mantê-las fixadas em algo. A maioria das Bromélias se adaptam melhor em jardins a meia-sombra e sombra (comumente são cultivadas embaixo de árvores frondosas), protegidas do sol quente e árido. Pouquíssimas Bromélias podem tolerar geadas. Por esse motivo nos Estados Unidos e na Europa são cultivadas em estufas e nos jardins nas zonas quentes temperadas ou tropicais. Elas são as melhores plantas que se adaptam ao interior de residências e podem ser felizes em vasos e / ou arranjos no parapeito de uma janela para a vida inteira. Como se pode notar há um universo muito grande no reino das Bromélias. Para dar conhecimento melhor os gêneros, citarei aqui alguns catalogados mais conhecidos, estudados pelos pesquisadores e divididos em subfamílias:

Subfamília Pitcairnioideae:
- Acanthostachys Strobilacea
- Brocchinia
- Connelia
- Dychia
- Encholirium
- Hechtia
- Navia
- Pitcairnia
- Puya
Subfamilia Bromelioideae:
- Aechmea
- Ananas
- Araeococcus
- Billbergia
- Bromelia
- Canistrum
- Cryptanthus
- Fernseea
- Greigia
- Hohenbergia
- Neoregélia
- Neoglaziovia
- Nidularium
- Pseudonanas
- Quesnélia
- Streptocalyx
- Wittrockia
Subfamilia Tillandsioideae:
- Alcantarea
- Catopsis
- Guzmania
- Tillandsia
- Vriesia

Descreverei agora os gêneros mais comuns utilizados no Paisagismo e comercializados nos viveiros, floriculturas e Garden Centers.

Acanthostachys Strobilacea – Acanthostachys (do grego “acanthos” = espinhoso + “stachys” = espiga), São plantas endêmicas do Brasil, Paraguai e Argentina. As Acanthostachys, ao contrário da maioria das outras Bromélias, são epífitas e / ou saxícola. Possuem longas folhas pendentes, suculentas, longas e finas como chicote na cor verde escuro com tricomas cinzas. São comuns em regiões de grandes altitudes. A maioria apresenta folhas com bordas serrilhadas munidas de espinhos muito fortes. Possui inflorescência de cana com hastes de flores amarelas e gotejamento de frutos em forma de cone amarelo e vermelho com néctar com cheiro e gosto de frutas, o que atrai o seu principal polinizador – o Beija-Flor. Suas sementes são disseminadas por aves frutívoras.

Aechmea – O nome Aechmea vem do grego – Aichmé – que significa ponta de lança. Este é um gênero muito grande de plantas (cerca de cento e setenta espécies) e inclui alguns exemplares muito comuns disponíveis na maioria dos Garden Centers de todo mundo. Este é um grupo de Bromélias com presença geralmente grandes, com flores espetaculares. Estas são plantas excelentes para uso interno periódico, como suas flores tendem a durar por um tempo relativamente longo. A maioria são um pouco epífitas e tropicais; algumas formas terrestres são muito populares, incluindo algumas que se ajustam muito bem a solos áridos e exposição ao sol pleno. Em geral, as Aechmeas têm rosetas fortes e amplas com retenção de água. folhas relativamente largas, com pontas redondas e em alguns casos as bordas são munidas de pequenos espinhos. Suas rosetas se formam na posição horizontal. Em geral, são plantas bastante fáceis de se manter, mas muito propensas a apodrecer se os seus substratos forem mantidos encharcados. As mais conhecidas são: Aechmea Fasciata e a Aechmea Chantinii.

Alcantarea – A esta majestosa Bromélia foi dado este nome em homenagem a Dom Pedro de Alcântara (1840 / 1889), segundo Imperador do Brasil. O gênero é endêmico do Brasil. Apesar de não ser uma família muito grande, são apenas quinze variedades, nela se inclui uma das mais espetaculares de todas as Bromélias, a Alcantarea Imperialis. Todas são enormes, com cores surpreendentes e hastes florais monstruosas, com grandes quantidades de flores, que são um show a parte, e atraem muitos beija-flores e abelhas.

Ananas – Qualquer pessoa que tenha comido um Abacaxi é pelo menos um pouco familiarizado com este gênero de Bromélias. A maioria destes são plantas terrestres que têm o abacaxi como inflorescência. Estas plantas têm folhas longas, fortemente armadas de espinhos e brotos laterais profusamente.

Araeococcus – O nome do gênero vem do grego Araios = magro, fraco, leve. E os cocus da América = bagas. Exemplar epífito como a Tillandsia, são comumente encontrados em galhos de árvores isoladas. Este gênero é dividido em dois subgêneros: o subgênero Tipo e o Pseudaraeococcus. O Araeococcus possui uma boa resistência à seca e pode ser cultivado ao ar livre. A exemplo das Tillandsias, os Araeococcus também independem de substrato, pois retiram água e nutrientes diretamente da atmosfera. Podem ser fixados em qualquer substrato estéril, tais como telas plásticas, fios encapados e até elementos minerais. Grande parte dos Araeococcus são endêmicos do Brasil, salvo duas variedades que são encontrados em outros países da América do Sul. Os Araeococcus Parviflorus e Lymania Smithii, são duas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção na Floresta Atlântica Nordestina. Eles ocorrem no sub-bosque, apresentam floração sincrônica em plena estação seca e utilizam a mesma guilda de polinizadores, ou seja de abelhas solitárias e oligoléticas, estas por sua vez estão cada vez mais escassas.

Billbergia – Este gênero foi nomeado em homenagem ao botânico, zoólogo e anatomista sueco Gustaf Johan Billberg. Este é um outro o gênero muito grande (cerca de sessenta espécies). Estas são mais terrestres que as Aechmeas e um pouco mais difíceis de morrer por excesso de água. De uma forma geral, são plantas que crescem verticalmente com folhas eretas, dando-lhes um formato cilíndrico ou de taça. Tem presença de eixo central, sobreposição das folhas ao longo do mesmo. O arqueamento das hastes florais são pendulares e são frequentemente coloridos, mas não tendem a durar muito tempo. As inflorescências começam a surgir de setembro a novembro. A maioria são incrivelmente resistentes e algumas variedades possuem folhas coloridas e salpicadas de pigmentos. Crescem na natureza em grandes agrupamentos e é muito resistente a baixas temperaturas. Algumas belas: Billbergia Hallelujah (sol pleno), Billbergia El Zorro.

Brocchinia – O gênero foi nomeado em homenagem ao naturalista italiano Giovanni Battista Brocchi (1772 / 1826). São plantas nativas da Venezuela, Brasil, Colômbia e Guiana. Habitam regiões areníticas. Pelo menos uma espécie dentro desta subfamília é considerada uma planta carnívora (Brocchinia Reducta).

Bromélia – Embora este é um gênero bastante grande (cerca de cinquenta espécies), alguns são comumente encontrados em cultivo. São plantas formidáveis, pesadamente municiadas de espinhos afiados e cortantes, o que pode ocasionar ferimentos graves ao serem manipuladas. As poucas que conheço, são plantas terrestres e relativamente resistentes a seca e ao frio. Suas flores não são muito atraentes, mas as folhas podem ser extremamente brilhantes em algumas espécies, como por exemplo o Caroá (muito comum na Caatinga), a Antiacantha e a Bromélia Balansae.

Cryptanthus – Este é um outro gênero com cerca de cinquenta espécies, mas, novamente, a maioria são praticamente desconhecidas. Todos são endêmicos do Brasil. Os Cryptanthus são comumente conhecidos também com estrela da terra. Estes são pequenos, com rosetas achatadas, folhas afiladas e como o próprio apelido diz, em formato estrelar. Eles são pequenos, orientados horizontalmente, podem ser encontrados na cor púrpura, listados de zebra. Essas plantas se desenvolvem formando touceiras muito decorativas. Na natureza crescem no solo das florestas com alta umidade, pouca iluminação e altas temperaturas. Cultivados em vasos são muito decorativos.

Deuterocohnia – Este nome foi dado por Ferdinand Julius Cohn, botânico e bacteriologista alemão. Este gênero é endêmico da América do Sul. Estas são incomuns, relativamente pequenas, mas formadoras de vistosas colônias que se destacam em áreas áridas de climas quentes. Muitas pessoas podem pensar nelas como suculentas por causa de sua natureza xerófila. Mas na realidade são Bromélias. Elas podem ser cultivadas em vasos, canteiros ou bordaduras no paisagismo, pois são altamente ornamentais.

Dyckias – O gênero foi nomeado em homenagem ao Príncipe Joseph Salm-Reifferscheid-Dyck (1773 / 1861), botânico e horticultor Germano – prussiano. Trata-se de um maravilhoso grupo de plantas terrestres com cerca de cento e vinte espécies originárias da América do Sul, encontradas principalmente na Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil. Na natureza habitam regiões desérticas. Em sua grande maioria são brasileiras e muitas delas ainda estão por ser vistas pela primeira vez. São encontradas na região central do Brasil entre rochas e Caatingas. Possuem folhas bastante duras e brilhantes com bordas municiadas de grandes e afiados espinhos.

Encholiorium – Do grego Enchos = Lança e Leiron = Lírio. Pelo seu aspecto geralmente é confundido como gênero Dyckia. Trata-se de um gênero endêmico do Brasil, onde se desenvolve em terrenos áridos e rochosos. Algumas espécies são pouco numerosas e as plantas desse gênero são polinizadas por morcegos.

Fernseea – O gênero foi nomeado em homenagem ao medico e botânico alemão Heinrich Ritter Wawra Von Fernsee (1831 / 1887). Estas plantas são endêmicas do Brasil e somente duas espécies são conhecidas:
• Fernseea Bocainensis Pereira & Coutinho
• Fernseea Itatiaiae (Wawra) Baker

Greigia – O gênero foi nomeado em homenagem ao botânico russo Samuel Alexeivich Greig (1827 / 1887). O grupo é composto por trinta espécies. Sua ocorrência se dá do México ao Chile. As Greigias são perenes, não morrem após a floração como as demais Bromélias. São plantas que continuam florescendo a cada ano a partir da mesma roseta basal.

Guzmania – O gênero foi nomeado em honra a Anastasio Guzman, farmacêutico e naturalista espanhol. Todas são nativas do sudoeste da América do Sul. De todas, estas podem ser a mais reconhecível para as pessoas inexperientes com Bromélias, tendo em vista que são produzidas em alta escala para consumo como plantas de residência em todo mundo. Este é um grande gênero com mais de cento e cinquenta espécies embora apenas algumas são comuns em cultivo. Na verdade quase todos cultivares são híbridos. São plantas muito comerciais de custo barato e alta rotatividade de consumo. Possuem folhas verdes, com as espetaculares inflorescências vermelhas, amarelas, laranjas, rosas, roxas que dão a impressão de durarem para sempre.

Hechtia – Este grupo é composto por aproximadamente cinquenta espécies. Este gênero foi nomeado em homenagem ao alemão Julius Gottfried Conrad Hecht (1771 / 1837), conselheiro do Rei da Prússia. As espécies deste gênero são encontradas no sul dos Estados Unidos, México, Guatemala e Honduras. Possuem uma roseta basal de suculentas, curvas, e são municiadas com espinhos nas bordas das folhas. Estas folhas têm frequentemente uma coloração avermelhada. Na natureza crescem em conjunto e formam touceiras intransponíveis.

Horenbergia – O gênero foi nomeado em homenagem a Hohenberg, Príncipe de Wurttemberg e patrono da botânica na Alemanha. O grupo é composto por cinquenta espécies. São plantas encontradas no Brasil, Venezuela e Pequenas Antilhas. Aos olhos do missivista, a mais bela e decorativa é a Hohenbergia Castellanosii (meu sonho de consumo). Excelente para paisagismo, suas grandes folhas largas de verde limão, são acentuadas pela pintura vermelha que cobre o último trimestre de todas as pontas das folhas, alcançando oitenta e dois por oitenta e dois centímetros que segue a tradição de sua paisagem nas restingas da costa da Bahia.

Neoregélia – Existem provavelmente cerca de cem espécies deste gênero, muitas são vistas em cultivo, graças a popularidade de sua variedade foliar. Possuem rosetas achatadas, folhas rígidas com um forte colorido central, cálice de recepção de agua bastante generoso, com ampla retenção de água. Estas plantas são muito rústicas e resistentes, por esse motivo são muito utilizadas para comporem arranjos em troncos secos. Podem ser cultivadas tanto com epífitas ou terrestres. Elas estão entre as mais espetacularmente coloridas no reino vegetal inteiro. As flores desta espécie são muito pequenas e, muitas vezes possuem uma cor de lavanda marcante, que mal se espreita para fora além do copo central no centro da roseta que fica permanentemente cheio de água. Cores predominantes: vermelho, rosa, tricolor, roxa, pigmentos salpicados e até negra (hibrida). Na natureza são epífitas podendo ser também rupícolas, desenvolvendo-se em meio a muita luz difusa.

Nidularim – Esta é uma família relativamente pequena, são menos de cinquenta espécies do gênero. A grande maioria é inédita no cultivo, mas aquelas que são utilizadas se parecem muito com as Neoregélias. Supostamente são relativamente resistentes ao frio e crescem em situações de baixa luminosidade.

Orthophytum – Até o momento foram registras dezessete espécies de Orthophytum, todas brasileiras. Elas se distribuem a partir do nordeste brasileiro, nos estados de Pernambuco, Paraíba e Bahia, estendendo-se pelo Distrito Federal, Minas Gerais até o Espírito Santo. O maior centro de diversidade para Orthophytum ocorre nos estados de Minas Gerais e Bahia. O gênero caracteriza-se por apresentar espécies terrestres ou saxícolas, habitando geralmente solos pedregosos e expostos a alta luminosidade. Possui folhas verdes ou algumas vezes, as mais internas apresentam a parte central da roseta vermelha; superfície foliar revestida de escamas absorventes adpressas, alvas; folhas atenuadas e densamente serreada. Inflorescência séssil ou prov[ida de escapo, brácteas da haste floral foliáceas, porém gradativamente menores em direção ao ápice; hastes florais geralmente serreadas e pungentes. O gênero forma dois grupos distintos, um deles com inflorescência séssil e geralmente com a parte central da roseta vermelha. Nesse grupo pode-se citar as espécies Navióides, endêmica da Bahia e Amoenun, espécie restrita para a Serra do Sincorá e mais recentemente encontrada em Lençois, também na Bahia. O segundo grupo apresenta inflorescência provida de escapo e reúne maior numero de epecies. Pertence a este grupo o Mel / O-barretoi anteriormente restrita apenas a Serra do Cipó. Mais recentemente foi encontrada em Grão Mogol, Rio Vermelho e Cristália, em Minas Gerais. É uma espécie bastante variável, apresentando tamanhos. De uma maneira geral este grupo lembra um pouco os ouriços do mar, embora algumas pareçam-se com Dyckias e algumas com Cryptanthus. São ótimas para comporem jardins áridos e fazem boas amostras envasadas.

Pitcairnia – O gênero foi nomeado em homenagem ao medico e jardineiro inglês Willian Pitcairn (1711 / 1791). O gênero possui aproximadamente trezentas espécies e é o segundo mais prolifico da família Bromeliaceae depois da Tillandsia. São muito abundantes na Colômbia, Peru e Brasil. Quase todas as espécies de Pitcairnias são terrestres ou colonizadoras de rochas (rupícolas), preferindo áreas sombreadas e úmidas. Entretanto algumas variedades são epífitas.

Puya – Este grupo incrível de plantas terrestres apresenta aproximadamente duzentas espécies. São nativas das montanhas dos Andes da América do Sul e do sul da América Central. Muitas espécies são monocárpicas, ou seja, morrem após a floração e produção de sementes, mas não antes de deixarem vários brotos laterais que surgem das axilas da planta mãe, que irão substituí-las. A Puya Raimond é notável por ser a espécie de maior altura conhecida, podendo alcançar até três metros de altura em crescimento vegetativo e a sua haste floral de nove a dez metros. Outras espécies tambémsão altas, com a haste floral podendo alcançar na maioria das vezes entre um a quatro metros de altura. O nome Puya é originário do idioma Mapuche (Chile) que significa “cabo”. Algumas espécies de Puya no Chile, conhecidas localmente com o nome de Chagual, são usadas para fazer saladas a partir da base de suas folhas novas. Uma espécie muito comum é a Puya Chilensis.

Streptocalyx – (Cálice Trançado) o grupo é composto de dezessete espécies até agora identificadas. O grupo se difere das Bromélias por ter sépalas largas e fortemente imbricadas e longo tubo da corola. Normalmente epífitas, crescem no alto das árvores em áreas quentes e úmidas das matas. Seu porte é de médio para grande. São estreitamente relacionadas como gênero Aechmea. Uma espécie excepcional é a Streptocalyx Floribundis, a gigante do gênero com folhas de dois metros e setenta de comprimento e uma inflorescência contendo infinidade de flores com dois metros e setenta de altura. Elas exigem condições quentes e úmidas, que só podem ser alcançadas em uma estufa.

Tillandsia – Também conhecida como planta de ar, este é um gênero enorme com mais de setecentas espécies. Quase todas em sua maioria são plantas de ar ou atmosféricas, embora algumas podem ser cultivadas em solo. Suas folhas são geralmente delgadas, de pequenas proporções em disposição de escamas ou distribuídas ao redor de um eixo. Pode apresentar tonalidades de verde acinzentadas com florações espetaculares de tons nas cores: rosa, purpura, vermelha, amarela, branco, roxa. Possuem raízes muito fortes em relação à fixação num dado suporte, estas não são desenvolvidas para captação de nutrientes, uma vez que são atmosféricas. Algumas variedades podem ainda apresentar folhas largas e macias com pronunciada inflorescência central. São plantas mágicas. Dentre elas há um grupo seleto que possuem um suave aroma de lavanda ou baunilha. Algumas se destacam com suas formas bizarras, como a Xerográphica (CITES), Harissii (CITES), Caput Medusae, Streptophylla, Duratii, esta ultima pode atingir até cinco metros de comprimento com formas tortuosas, e inflorescências de pronunciado odor de baunilha é uma característica marcante. Suas mudas aparecem nas pontas das folhas mais velhas. Na natureza são encontradas como epífitas e rupícolas – presas às rochas e galhos de arvores e até fios de telefones. Sobrevivem com pouquíssima água. Suas sementes são plumosas e são largamente disseminadas pelo vento.

Vriesea – O último gênero a ser abordado neste breve artigo é uma das mais espetacularmente decoradas de todas as Bromélias. Possuem rosetas amplas, folhas predominantemente verdes, com ocorrência de pigmentações. Florações prolongadas e muito pronunciadas. Há a presença do cálice central com retenção de água. Seu porte pode variar de trinta centímetros a um metro. Em algumas a inflorescência se apresenta como lanças com as flores vermelhas brilhantes, o que só acrescentam à sua aparência incrível (a chamada Espada de Fogo - Vriesea Splendens). A inflorescência podem durar às vezes por até três semanas ou mais. Estas são orientadas horizontalmente. A maioria é proveniente de regiões tropicais da América do Sul. Na natureza recebem iluminação indireta, com altas temperaturas e se apresentam como epífitas ou rupícolas.

Lamentavelmente, no Brasil carecemos de material de apoio para o cultivo e maior conhecimento sobre as Bromélias. Nos Estados Unidos, na Europa, e Oriente, é fácil encontrar fertilizantes com NPK especifico para Bromélias (principalmente Tillandsias), adesivos especiais para montagem de arranjos com Tillandsias, farta literatura técnica e tudo mais. No Brasil o que temos são alguns poucos livros (com textos muito bem elaborados) de autoria do Desembargador Elton Leme, que em suas horas de lazer se aventura pelas entranhas da Mata Atlântica e faz descobertas de novos exemplares. Há também o livro intitulado Beleza Exótica das Orquídeas & Bromélias do Roberto A. Kautsky (falecido), que muito fez pela preservação das espécies no Espírito Santo. Posso citar também o trabalho secular desenvolvido pela família Seidel e o de Dom Raulino Reitz (falecido em 1990), ambos em Santa Catarina e há também outros tantos abnegados que isoladamente vêm contribuindo pela preservação e descoberta de novas espécies.

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