Por: Rômulo Cavalcanti Braga
Bromeliaceae é uma família de monocotiledôneas que são de grande importância ecológica na flora da Mata Atlântica e nos campos rupestres. O Brasil apresenta uma expressiva riqueza vegetal, abrigando cerca de vinte por cento das duzentos e cinqüenta mil espécies de angiospermas conhecidas. As Bromeliaceae representam um importante componente florístico e fisionômico em diferentes formações vegetais, com representantes de formas de vida terrestre, epífita ou rupícola. Nos neotrópicos as Bromeliaceae se destacam pela grande diversidade genética e especifica, com cerca de cinqüenta e sete gêneros e três mil e oitenta e oito espécies. As Bromeliaceae são tradicionalmente divididas em três subfamílias: Pitcairnioideae, Tillandsioideae e Bromelioideae. A importância ecológica das famílias são marcantes nos ambientes em que ocorrem, pois muitas espécies ampliam a biodiversidade através dos tanques (fitotelmatas), que funcionam como verdadeiros reservatórios onde se acumulam as águas das chuvas, que por sua vez, são utilizadas por uma vasta gama de seres vivos. O Brasil é particularmente interessante na singularidade de sua flora bromeliológica, que apresenta uma alta porcentagem de endêmitas. Os estados que apresentam maior expressão na área são Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, e os demais com algumas espécimes. Lamentavelmente, ainda há poucos ou nenhum registro a respeito desta maravilhosa flora, muitas espécies inclusive estão em risco de extinção, sem que saiba algo consistente a respeito das mesmas. Infelizmente não há mais Botânicos de Campo e de Herbário (pelo menos essa é a impressão que se tem na atualidade). Ao se fazer uma pesquisa no Google, nada ou quase nada se encontra sobre as broméliaceae brasileiras, principalmente a respeito das tillandsias. Temos nada menos do que noventa e cinco espécimes de Tillandsioideae (até o presente momento – e com certeza há outras tantas há serem descobertas) no país e muito pouco se sabe a respeito das mesmas. Como é do conhecimento de todos, faltam verbas, mão-de-obra, interesse e patriotismo. Nossa flora é constantemente pirateada para o exterior, onde são reproduzidas em escala comercial e vendidas com imenso sucesso. E por aqui, não passam de ilustres desconhecidas... Posso citar por exemplo, uma broméliacea do cerrado com características únicas: pela manhã, ela é azul com bolinhas roxas, muda de cor no decorrer do dia, fica rosa com amarelo, de tarde laranja com vermelho e de noite volta a ser roxa com azul. Cito ainda a Gloxínia Sinningia Guttata, que é mais uma de nossas riquezas naturais (em seu estado original básico – não híbrido a espécie Sinningia Guttata Sp) que infelizmente é pouco conhecida e cultivada entre os brasileiros mas muito procurada no exterior. Há também a Begônia Negra (Chrysothemis Pulchella), que é comum na região da Serra dos Pacaás Novos / RO, onde cresce sobre grandes rochas situadas no sub-bosque da floresta. Trata-se de um exemplar tropical, que tem feito muito sucesso nos Estados Unidos, e é campeã de vendas nos sites estrangeiros. No exterior é conhecida pelos nomes de Black Flamingo e Sunset Bells.
Monocotiledôneas – Classe da subdivisão das angiospermas, que reúne 84 famílias, 2.652 gêneros. e 55.800 spp. de plantas caracterizadas pelo embrião com apenas um cotilédone, ger. sem crescimento secundário em espessura do caule e da raiz, folhas freqüentemente estreitas e com nervação paralela, flores trímeras ou em múltiplo de três, e sementes que variam do tamanho de grãos de poeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário